O número de menores de 18 anos investindo na B3, a bolsa de valores de São Paulo, quase triplicou em 3 anos. Em março de 2020, eles eram 10.911. Em março de 2021, o número aumentou para 22.336. E agora, em março último, saltou para 30.732 crianças e adolescentes, um aumento de 181% em todo o período.
Segundo a B3, esse crescimento se deve à popularização dos temas investimento e educação financeira nos últimos anos, levada a cabo, especialmente, por influencers que desmistificam e ensinam o assunto nas redes sociais. Muitos deles, por exemplo, publicam seus conteúdos no YouTube, onde são assistidos por milhões de jovens, interessados em começar a investir ou se desenvolverem como investidores.
O site E-Investidor, do Estadão, entrevistou alguns desses jovens, como o Mateus Gusmão, de 14 anos. Na Bolsa desde os 11, ele agora foca em ter uma carteira diversificada, com ações de empresas, títulos estrangeiros de renda fixa e até criptomoedas. O adolescente diz não almejar simplesmente juntar “R$ 50 milhões ou R$ 100 milhões”, mas obter independência financeira através dos investimentos.
Outro fator que explica o ingresso cada vez maior de jovens no mercado de ações é o aumento da concorrência entre corretoras, fenômeno que as obriga a reduzir taxas e ampliar as estratégias de captação de novos clientes. É preciso considerar, ainda, que o mercado de renda variável cresceu bastante nos últimos anos, motivado pelo retorno baixo da renda fixa (movimento que está se invertendo atualmente).
Como menores de idade podem investir na Bolsa de Valores?
A abertura de uma conta nas corretoras geralmente é feita pelos pais ou responsáveis, maiores de 18 anos. Um dos motivos para isso é o incentivo a que os pais orientem seus filhos no processo de investimento.
A administração diária das carteiras, no entanto, pode ser feita pelas crianças e adolescentes mesmo. Eles podem, inclusive, comprar diretamente as ações, caso tenham contas bancárias em seus nomes. Caso contrário, precisarão da autorização dos pais para transferir o dinheiro.
Algumas corretoras têm materiais voltados especificamente para a educação financeira dos jovens investidores. É o caso da Ágora Investimentos, que também oferece um desconto de 50% na abertura de contas para menores de 18 anos.