Selic em alta faz investidores preferirem a renda fixa; confira dicas para fazer bons investimentos

Pontos-chave
  • Muitos investidores vêm migrando as aplicações da renda variável para a fixa;
  • As pessoas não têm apresentado uma visão de longo prazo;
  • Alguns cuidados precisam ser tomados antes de investir na renda fixa.

Desde março do ano passado, a taxa Selic vem passando por um ciclo de alta. Taxa de juros saltou da mínima histórica de 2% ao ano para os atuais 12,75% ao ano. Este cenário tem feito com que os investidores sejam mais atraídos para a renda fixa.

Selic em alta faz investidores preferirem a renda fixa; confira dicas para fazer bons investimentos
Selic em alta faz investidores preferirem a renda fixa; confira dicas para fazer bons investimentos (Imagem: Montagem/FDR)

O aumento da taxa de juros torna maior o rendimento de investimentos de renda fixa, principalmente de aplicações atreladas diretamente ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ou Selic.

Por conta disso, diversos brasileiros passaram a ajustar suas carteiras de investimentos. Esses investidores têm focados mais nessa modalidade de aplicação mais segura.

Segundo levantamento realizado pelo buscador de investimentos, e divulgado pelo Valor, em abril do ano passado, quando a taxa de juros estava em 2,75% ao ano, as aplicações mais buscadas na plataforma eram ações e fundos de ações.

Já em maio deste ano, o ranking quase se inverteu. Os investimentos mais buscados passaram a ser títulos de renda fixa. O três mais procurados foram os CDBs (Certificados de Depósito Interbancário), títulos do Tesouro Direto, e LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio).

No período de um ano, as ações caíram da primeira colocação para a oitava nas buscas. No caso dos fundos de ações, estes saíram da segunda posição para a nova no ranking.

Possível comportamento de manada entre os investidores

Essa migração para a renda fixa sugere a possível existência de um “comportamento da manada”. Os investidores têm reagidos aos recentes acontecimentos do panorama macroeconômico e aos ativos que ganham os holofotes.

Mesmo que esse tipo de tendência seja visto como normal, o fundador do Yubb, Bernardo Pascowitch, afirma, ao Valor, que isso não é o mais saudável ou ideal para a vida financeira.

O especialista alega que, por parte dos investidores, não existe uma visão de longo prazo. Contudo, há muito mais voltada ao curto prazo. As aplicações que tiveram um desempenho bom nas últimas semanas tendem a atrair um maior interesse.

Contudo, o problema desse comportamento é que, em muitos casos, as mudanças na carteira não são compatíveis com o perfil de investidor ou com os objetivos da pessoa.

Pascowitch reforça a importância de os investidores basearem a tomada de decisão na diversificação da careira, na efetuação de recorrentes aportes e na visão de longo prazo.

O aumento da Selic vem tornando o investimento de renda fixa mais atrativo
O aumento da Selic vem tornando o investimento de renda fixa mais atrativo (Imagem: Montagem/FDR)

Investidor deve tomar alguns cuidados ao aplicar na renda fixa

Ao Valor, o analista da Suno, Vinícius Romano, entende que, atualmente, existem oportunidades na renda fixa. Se o investidor realizar aportes mensais, não existe problema em ter foco nessa modalidade de investimento.

No entanto, o especialista alega ser um problema quando a pessoa tira da renda variável para colocar na renda fixa. Isso porque, em diversas situações, o cidadão pode acabar vendendo um ativo que está a um valor baixo e adquirindo um que está caro “e é justamente o oposto do que buscamos”.

De qualquer modo, caso o investidor aplique mensalmente, pode ser positivo priorizar a renda fixa atualmente — já que existem diversas oportunidades.
Contudo, Romano destaca que o investidor deve ter atenção antes de escolher os ativos.

Segundo ele, o primeiro fator a ser considerado é compreender qual é o tipo de garantia que o cidadão terá no título de interesse. No caso de títulos do governo, do Tesouro Direto, há mais segurança.

Logo depois, aparecem os bancários — e, que a grande parte tem proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Este Fundo funciona como um “seguro” para quem aplica em instituições financeiras.

Por último, estão os CRIs e CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio) com a questão do ‘rating’. Esse termo em inglês se refere à classificação de risco de crédito da companhia que emite aquele título. Ela é uma nota para saber o quanto é seguro emprestar dinheiro para a empresa.

Além do rating, o investidor precisa buscar mais informações. Segundo o especialista, caso a pessoa já tenha um conhecimento mais prévio de contabilidade, é valido entender como aquela companhia está no momento, observar as perspectivas para o futuro, entre outros.

Conforme Romano, antes de aplicar, o importante é observar as garantias atreladas àquela aplicação. Por exemplo, algumas companhias atrelam a dívida a imóveis ou possuem a fiança do acionista que está por trás da empresa.

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Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.