O presidente Jair Bolsonaro viajou para Pernambuco, nesta segunda-feira (30), para acompanhar de perto as ações de socorro e assistência aos afetados pelas fortes chuvas que ocorrem desde quarta-feira (25) e que, apenas na Grande Recife, já deixaram mais de 90 mortos e 3,9 mil desabrigados.
Em entrevista coletiva, Bolsonaro anunciou um repasse de R$ 500 milhões para Pernambuco e aproveitou para criticar o governador do estado, Paulo Câmara (PSB), aliado do ex-presidente Lula, que não teria entrado em contato com o governo federal em meio à tragédia.
“Faltou iniciativa da parte dele também, ninguém está proibido de comparecer. […] Se o governador estava fazendo alguma coisa, não sei. Talvez, achava melhor não estar aqui”, declarou.
O presidente aproveitou o momento para atacar a política do “fique em casa”, recomendada por especialistas em saúde e adotada por governadores durante a pandemia.
“No momento de crise, você vai atrás para ajudar, não ficar esperando ser chamado dentro de casa. Caso o governador estivesse presente, poderia com muito mais propriedade expor a situação. A pandemia já acabou, resolveu ficar em casa. Mas, mesmo assim, se o governador ligar para mim, eu atendo”, disse.
‘Não é hora de fazer política’
Bolsonaro também disse que o governo federal está disposto a ajudar todos os municípios afetados, independente de posições partidárias, e criticou quem, na opinião dele, usa o momento trágico para “fazer política”.
“O governador, em um momento de crise, tem que esquecer a questão política, arregaçar as mangas e vir trabalhar, de fato, para o seu povo. Não é fazer política em cima da desgraça de alguns, que perderam parentes. Esses não querem saber de quem vai votar para qual cargo for”, comentou.
R$ 2,3 milhões para Jaboatão dos Guararapes
Ainda durante passagem por Recife, Bolsonaro anunciou que uma verba seria liberada para Jaboatão dos Guararapes, um dos municípios mais atingidos. O prefeito da cidade, Mano Medeiros, informou que o valor, a ser repassado pelo Ministério da Cidadania após decretação de estado de calamidade, será de R$ 2,3 milhões.
Outras ações de socorro e assistência às famílias afetadas já foram anunciadas, como a liberação do saque calamidade do FGTS e a antecipação do Benefício de Prestação Continuada (BPC), a ser devolvido sem juros em até 36 vezes.