‘Bons tempos’: preços das passagens estão três vezes maiores do que antes da Pandemia; confira como economizar

Pontos-chave
  • Passagens aéreas dispararam até 174%
  • Empresas aéreas estão retomando os patamares de pre pandemia
  • Despacho gratuito de bagagens é criticado

Um estudo realizado pela plataforma de busca de voos Viajala, revelou que as passagens aéreas encareceram até 174%, ou seja, elas estão cerca de três vezes mais caras em comparação com o período de pré-pandemia. Um exemplo desde encarecimento é o preço médio de uma viagem de ida e volta entre São Paulo e Salvador, que está R$469 mais cara, indo para R$1.288.

Para fazer a comparação o site utilizou como base os preços cobrados nas rotas mais procuradas em fevereiro de 2020 para viajar durante aquele ano, e os preços cobrados no mês passado para viajar ao longo desde ano. 

Logo depois do trecho São Paulo – Salvador, o maior aumento de preços foi detectado no trecho Rio de Janeiro – João Pessoa. Em média, o preço da passagem subiu 142%, indo de R$849 para R$2.060. Fechando o pódio do encarecimento, aparece o trecho São Paulo – Recife, com uma alta de 134%, de R$ 581 para R$ 1.359.

Entre os voos internacionais, a rota mais buscada foi São Paulo – Lisboa, que encareceu 98% em média, subindo de R$3.549 para R$ 7.025.

Depois de um longo período de medidas de proteção contra a covid, as empresas aéreas começaram a obter resultados similares ao da pré-pandemia. A empresa brasileira Gol e a colombiana Avianca anunciaram neste mês que passaram a ser administradas pelo mesmo grupo, o Abra.

“Esse acordo não supre a necessidade de mais competitividade aérea no Brasil, mas veio a calhar em um momento de forte alta nos preços”, disse Thomas Allier, presidente do Viajala ao Valor Investe.

O Brasil possui atualmente apenas três companhias aéreas nacionais, desde que a Avianca Brasil quebrou em 2019 e que a Ita, do grupo Itapemirim, operou por apenas um semestre no último ano.

A falta de concorrência após saída da Avianca Brasil se converteu em um aumento quase imediato no preço medio das passagens aéreas. Naquele ano, um levantamento do buscador constatou um aumento médio de 85% no preço das rotas nacionais.

Este acordo entre as empresas Gol e Avianca da Colômbia devem trazer benefícios como a criação de rotas diretas entre Brasil e Colômbia, podendo também deixar as viagens Estados Unidos, México e região do Caribe mais baratas e rápidas, na visão de Thomas Allier.

Despacho gratuito de bagagens é criticado por presidente de empresa aérea

O presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier criticou a decisão do Congresso de retomar a inclusão do despacho de bagagem nas tarifas das passagens. “Estamos indo na contramão do mundo”, afirmou ele. A pauta seguiu para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.

Na visão de Jerome, esta questão da gratuidade de bagagem não é muito bem explicada. Ele alega que como este modelo não é utilizado por grande parte dos países, pode afastar as empresas que desejam entrar no mercado. Ele diz ainda que quanto menor for a concorrência, maior será os preços.

No curto prazo, ele afirma que não é a gratuidade ou não do despacho de bagagem que irá pesar nos preços das passagens, e sim, o preço do combustível e a judicialização, que é uma questão recorrente no Brasil.

“Nem nos Estados Unidos é assim”, disse ele, completando que essa insegurança jurídica, em que os consumidores recorrem de maneira frequente para a Justiça por pequenos temas, prejudica a atratividade do mercado aéreo do Brasil.

Chamada de “MP do Voo Simples”, ela trata da gratuidade para despacho de bagagens de até 23 quilos em voos domésticos e de até 30 quilos para voos internacionais.

A volta da gratuidade do despacho da bagagem foi aprovada no plenário depois de uma emenda da deputada Perpétua Almeida. “As companhias aéreas estão abusando no preço das passagens, não é justo cobrar pela bagagem”, afirmou ela. A Anac havia autorizado que as companhias aéreas cobrassem para despachar malas em 2016.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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