‘Bagagem gratuita está na contramão do mundo’, diz a Latam; entenda

O presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier criticou a decisão do Congresso de retomar a inclusão do despacho de bagagem nas tarifas das passagens. “Estamos indo na contramão do mundo”, afirmou ele. A pauta seguiu para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.

Na visão de Jerome, esta questão da gratuidade de bagagem não é muito bem explicada. Ele alega que como este modelo não é utilizado por grande parte dos países, pode afastar as empresas que desejam entrar no mercado. Ele diz ainda que quanto menor for a concorrência, maior será os preços.

No curto prazo, ele afirma que não é a gratuidade ou não do despacho de bagagem que irá pesar nos preços das passagens, e sim, o preço do combustível e a judicialização, que é uma questão recorrente no Brasil.

“Nem nos Estados Unidos é assim”, disse ele, completando que essa insegurança jurídica, em que os consumidores recorrem de maneira frequente para a Justiça por pequenos temas, prejudica a atratividade do mercado aéreo do Brasil.

MP do Voo Simples

A Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) teceu críticas a decisão do Senado de aprovar a MP (Medida Provisória) que flexibiliza as regras do setor aéreo. Chamada de “MP do Voo Simples”, ela trata da gratuidade para despacho de bagagens de até 23 quilos em voos domésticos e de até 30 quilos para voos internacionais.

Segundo a associação, esta decisão é um “retrocesso que desalinha o país das melhores práticas internacionais para reduzir custos e juntamente com a liberação ao capital estrangeiro, estimular a competitividade”. A Abear disse ainda que não existe bagagem gratuita e que o passageiro “pagará essa conta” uma vez que o custo do despacho será repassado em todos os bilhetes,  como era feito antes.

A entidade ressaltou que os custos da bagagem são dolarizados e que a obrigatoriedade do despacho de bagagem também deve prejudicar o interesse de empresas aéreas do tipo low cost de operar no Brasil. Pelo menos 8 empresas estrangeiras demostram interesse em começar a operar no país em 2017. Dentre elas, sete eram low cost.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.