Endividados: idosos usam primeira parcela do 13º do INSS para pagar débitos

O INSS iniciou os pagamentos do 13º salário para seus beneficiários em abril. A primeira parcela do abono foi paga entre 25 de abril e 6 de maio, e os aposentados e pensionistas agora estão na expectativa pelo pagamento da segunda parcela, que começa em 25 de maio.

De acordo com a plataforma Serasa Limpa Nome, boa parte dos aposentados usaram a primeira parcela do 13º para pagar dívidas. Ao todo, 37 mil idosos limparam o seu nome através de um acordo na plataforma desde o início dos pagamentos pelo INSS.

Esse número tende a crescer com o pagamento da segunda parcela. Uma pesquisa realizada pela Serasa em março indicou que 35% das pessoas que receberão um renda extra em 2022 pretendem usar o dinheiro para quitar dívidas.

Entre os idosos, infelizmente, a quantidade de endividados ou inadimplentes ainda é grande. Dados da CNLD (Confederação Nacional de Dirigentes Logistas) e do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) de janeiro de 2020 indicavam que o Brasil possuía 6,73 milhões de inadimplentes com mais de 60 anos.

Especialistas explicam que a dívida mais comum entre os idosos é aquela contraída com o empréstimo consignado. Por ser de mais fácil contratação, é comum que os aposentados façam empréstimos em seu nome para familiares, que, muitas vezes, acabam não honrando os compromissos, deixando os idosos com o nome sujo.

Recorde de endividamento

As famílias brasileiras estão mais endividadas do que nunca. 77,7% delas tinham dívidas para pagar em abril, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio. Em abril do ano passado, esse percentual era de 67,5%.

A quantidade de famílias inadimplentes também é a mais alta já registrada. 28,6% das famílias brasileiras estavam com o nome sujo em abril, tendo que enfrentar restrição de crédito e outros inconvenientes.

A dívida mais comum continua sendo a do cartão de crédito, responsável por 88,8% dos débitos.

Como idosos podem sair das dívidas?

Usar o 13º do INSS para quitar dívidas é importante, mas outras medidas devem ser adotadas pelos idosos para se livrarem dos débitos ou, melhor ainda, para não ficarem endividados.

Primeiramente, é preciso muito cuidado ao fazer empréstimos. Apesar de ter condições bem vantajosas, o empréstimo consignado deve ser contratado em situações de emergência ou quando o aposentado sabe que poderá pagar por ele, sem comprometer a sua sobrevivência.

Também é preciso resistir aos apelos de parentes que pedem para os idosos contraírem empréstimos.

Uma vez contraída a dívida, é importante se planejar financeiramente para pagá-la. Registrar todos os gastos, cortar gastos desnecessários e trocar uma dívida com juros maior por uma de juros menor são dicas preciosas.

Amaury NogueiraAmaury Nogueira
Nascido em Manga, norte de Minas Gerais, mora em Belo Horizonte há quase 10 anos. É graduando em Letras - Bacharelado em Edição, pela UFMG. Trabalha há três anos como redator e possui experiência com SEO, revisão e edição de texto. Nas horas vagas, escreve, desenha e pratica outras artes.