O gás natural abriu a semana mais caro. Na semana passada, a Petrobras anunciou um reajuste de 19% no preço do gás natural para as distribuidoras, decisão que começou a vigorar no último domingo, 1º de maio.
Este reajuste deve se refletir em toda a cadeia nesta semana, causando um encarecimento na ponta do Gás Natural Veicular (GNV). O insumo é utilizado no gás encanado em casas, na indústria e em certos veículos.
Este encarecimento nos preços do GNV acontece em um cenário de alta generalizada no país. Segundo apostas do mercado, a inflação deve permanecer acima dos 10% até o segundo semestre do ano, por conta especialmente dos combustíveis.
Segundo a Petrobras, este aumento foi definido com base em fórmulas acordadas de forma prévia para o trimestre de maio a julho. O preço internacional do gás natural está ligado à variação do petróleo do tipo Brent, que está em alta, e ainda da taxa de câmbio do dólar, no caso do Brasil.
“A atualização trimestral para o gás e anual para o transporte atenua volatilidades momentâneas e assegura previsibilidade e transparência”, explicou a Petrobras através de nota.
Além do preço determinado pela estatal, o valor final pago pelo consumidor fica sujeito a tributos e custos da cadeia de produção e é necessário esperar os próximos dias para conferir quais serão os valores na prática. Para o gás encanado de cozinha, o valor é determinado também segundo tarifas locais.
Botijão não está incluso no aumento
Este aumento de preços não inclui o gás de cozinha GLP (gás liquefeito de petróleo), derivado do petróleo e utilizado no botijão. O GLP já tinha sofrido um aumento de 16,1% no mês de março na parcela vendida pela Petrobras, na mesma leva dos aumentos em gasolina e diesel.
Gás acima da inflação
Mesmo que o aumento aplicada nesta semana recaia especialmente na indústria e veículos que utilizam GNV, sano esperados novos aumentos de preço também nas casas que usam gás encanado.
As altas no preço do gás vieram maiores que a inflação geral no período. O IPCA-15 mensal de abril, que acompanha os preços até meados do mês, terminou o período em alta de 1,73%, a variação mais alta para este mês desde 1995. O acumulado foi de 4,3% neste ano e 12% em 12 meses.