Preocupado com as investidas da oposição quanto ao aumento no valor do Auxílio Brasil, o Governo Federal tem articulado para que essas proposições se concretizem. Por isso, se empenha em fixar a mensalidade do benefício em R$ 400 até 2022.
A sugestão de aumento no valor do Auxílio Brasil foi apresentada pelo ex-presidente da República e candidato ao cargo nas eleições de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas não contente com a intromissão do adversário no programa social, Bolsonaro tem investido em uma estratégia contrária. Ele pretende deixar a Medida Provisória (MP) que complementa os pagamentos da transferência de renda, caducar.
Assim, seria possível editar um decreto visando a fixação de um benefício de R$ 400 até o final deste ano, nada além do que Bolsonaro prometeu durante todo o processo de regularização do programa. A votação da MP está prevista para acontecer no dia 16 de maio, contudo, o posicionamento político se mantém bem dividido, impedindo uma previsão certeira do que pode acontecer.
É preciso explicar que Bolsonaro não está alheio quanto aos benefícios que o aumento no valor do Auxílio Brasil traria para a campanha política dele durante a disputa para a reeleição. Em contrapartida, há o reconhecimento de que não existe nenhuma brecha no Orçamento para ampliar o benefício neste momento, além da resistência da equipe econômica quanto ao tema.
Auxiliares do Palácio do Planalto apontam a pauta como uma pressão prestes a implodir o Governo Federal a qualquer momento. Isso porque, o temor é que o Congresso Nacional consiga incluir o aumento no valor do Auxílio Brasil para R$ 600, ainda que a conquista esteja condicionada ao veto de Bolsonaro posteriormente.
Porém, entende-se que este veto seria capaz de provocar um desgaste político para Bolsonaro, que é pré-candidato à reeleição, para depois ser derrubado pelos parlamentares. Embora a base do governo tenha crescido em meio ao Legislativo, o risco de aliados votarem a favor da ampliação do Auxílio Brasil ainda é alto, diante da premissa de evitar fazer novos inimigos durante ano de pleito eleitoral.
Vale mencionar que a oposição também corre o risco de ficar para trás caso Bolsonaro decida aumentar o valor do Auxílio Brasil em benefício próprio, visando o clamor da população que seria representado na votação à presidência da República.
Até o momento, cerca de 51 emendas à MP do Auxílio Brasil foram apresentadas. As sugestões de mudanças incluem a participação de siglas da oposição, como o PT, PSOL, PSB, PCdoB e PDT.