Brasil pode auxiliar no conflito entre Rússia e Ucrânia. Nessa semana, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, recebeu uma carta russa solicitando “apoio do Brasil para evitar acusações políticas e tentativas de discriminação em instituições financeiras internacionais e fóruns multilaterais”. O governo brasileiro se pronunciou sobre, entenda.
Há mais de um mês o mundo vem acompanhando o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Motivada por lideranças políticas e disputa de poder, a guerra vem afetando a economia internacional. Na última semana, Paulo Guedes foi convidado a intervir e fornecer apoio.
Carta do ministro russo pede auxílio ao Brasil
O ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, enviou uma carta ao governo brasileiro onde solicita “apoio do Brasil para evitar acusações políticas e tentativas de discriminação em instituições financeiras internacionais e fóruns multilaterais”.
De acordo com o texto, o Brasil deveria colaborar no combate as sanções impostas pelo Ocidente devido à guerra na Ucrânia. O valor do auxílio deveria ser repassado por meio do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e G20.
“Nos bastidores, o trabalho está em andamento no FMI e no Banco Mundial para limitar ou até expulsar a Rússia do processo de tomada de decisão”, escreveu Siluanov a Guedes.
“Nos bastidores, uma iniciativa está em andamento no FMI e no Banco Mundial para limitar ou mesmo expulsar a Rússia de processos decisórios”, afirmou Siluanov no documento.
Resposta do governo brasileiro
Até o momento, Guedes não se pronunciou sobre a carta. No entanto, o secretário de Assuntos Econômicos Internacionais no Ministério da Economia, Erivaldo Gomes, informou que o país tem interesse em fazer parte das discussões em organizações multilaterais.
“Do ponto de vista do Brasil […], manter o diálogo aberto é essencial”, disse Gomes. “Nossas pontes são as entidades internacionais e nossa avaliação é que elas precisam ser mantidas […] O Brasil tem credenciais para ser mediador. Somos membros do Brics [bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], somos um ator global, com tradição democrática, e temos uma diplomacia que se construiu ao longo de 200 anos como formadora de consensos e voz sempre respeitada na ONU”, disse o ministro aos senadores.
“Eu até entendo o uso de sanções pela Europa e pelos EUA. No entanto, não posso deixar de estranhar a seletividade das sanções”, afirmou França. “Sanções tendem a preservar interesses imediatos de um pequeno grupo de países e prejudicam quem mais depende de importação de alimentos e tem menor capacidade financeira”, concluiu.