Atualmente, 1,6 milhão de brasileiros estão à espera de um benefício do INSS, principalmente aposentadorias. Assim como a fila para se tornar segurado do instituto é grande, o tempo de espera também pode ser. Em janeiro, o tempo médio de espera por um benefício foi de 94 dias e, em alguns estados, foi bem maior, como no Tocantins, que registrou tempo médio de espera de 155 dias.
Alguns erros cometidos pelos postulantes a benefícios podem atrasar ainda mais o processo. O prazo administrativo para análise dos pedidos, atualmente, é de 90 dias, mas ele é reiniciado sempre que o INSS solicita ao requerente a inclusão de documentos. Além disso, cometer equívocos no pedido de benefício pode diminuir o valor da aposentadoria ou mesmo fazer com que ela não seja concedida.
Para evitar esses contratempos, é importante estar atento aos erros mais comuns na hora de pedir um benefício ao INSS. Confira a seguir quais são eles.
Não conhecer as regras de aposentadoria
As regras para aposentadoria já eram complicadas e se tornaram ainda mais com a Reforma da Previdência aprovada em 2019. Por causa dela, algumas regras são inclusive atualizadas a cada ano. Quem deseja uma aposentadoria, portanto, deve ficar atento às regras adotadas pelo INSS, que nós resumimos abaixo.
Idade mínima
A Reforma da Previdência alterou a idade mínima para mulheres inscritas no INSS até 13 de novembro de 2019 conseguirem aposentadoria. Em 2022, a idade mínima para elas é de 61 anos e seis meses, mas a partir do ano que vem passa a ser de 62 anos.
No caso dos homens, a idade mínima continua sendo de 65 anos. Além disso, tanto para homens, como para mulheres, é preciso ter no mínimo 15 anos de contribuição para a previdência.
Idade mínima progressiva
As regras também mudaram nessa modalidade. A idade mínima para mulheres se aposentarem passa a ser de 62 anos a partir de 2031 e para homens passa a ser de 65 anos a partir de 2027. Até lá, a idade mínima vai aumentando aos poucos, seis meses a cada ano. Já o tempo mínimo de contribuição nessa modalidade é de 35 anos para homens e 30 anos para mulheres.
Regra dos Pontos
A soma dos anos de idade e dos anos de contribuição revela quantos pontos o trabalhador precisa para se aposentar, com cada ano equivalendo a um ponto. A quantidade mínima aumenta em um ponto a cada ano posterior à reforma. Em 2022, mulheres precisam ter no mínimo 89 pontos e homens precisam ter 99 pontos.
Pedágio de 50%
Quem está a dois anos de alcançar o tempo mínimo de contribuição (30 anos para mulheres e 35 anos para homens), pode optar por “pagar” um pedágio de 50% do tempo que resta para conseguir ter acesso ao beneficio com valor integral.
Pedágio de 100%
Mulheres a partir de 57 anos e homens a partir de 60 podem optar por pagar um pedágio de 100% do tempo que falta para o tempo mínimo de contribuição para ter acesso ao benefício com valor integral.
Não se planejar
Como as regras para conseguir aposentadoria são complicadas e exigem muito tempo de contribuição, os trabalhadores precisam se planejar com antecedência. Muitos deixam para pensar na aposentadoria apenas quando a idade já está avançada, o que diminui as possibilidades de conseguir um benefício mais vantajoso.
Enviar documentação incompleta
Uma série de documentos são requisitados pelo INSS para comprovar que o trabalhador atende às regras de aposentadoria. É fundamental que o trabalhador forneça a documentação o mais completa possível, para evitar que o processo de análise seja demorado ou mesmo que o pedido seja negado.
Entre os documentos que costumam ser esquecidos está o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), que demonstra o exercício de atividades perigosas e que pode aumentar o valor do benefício.
Não atualizar dados
Dados desatualizados dificultam a análise do pedido de aposentadoria. Além de dados pessoais, como endereço, é importante manter o Cadastro Nacional de Informações Sociais atualizado, pois é nele que ficam registrados todos os vínculos trabalhistas e todas as contribuições feitas à previdência.
Procure orientação
Os procedimentos para conseguir uma aposentadoria podem parecer muito complicados para a maioria dos trabalhadores, que estão sujeitos a cometer erros que atrasam a concessão do benefício. Nesse sentido, recomenda-se procurar a orientação de profissionais especializados no tema, como advogados previdenciários, que poderão conduzir o trabalhador ao longo do processo.