Multas de R$ 50 mil para artistas que fizeram atos políticos no Lollapalooza causam polêmica; entenda

Episódios de censura viram manchetes na imprensa nacional e internacional. No último final de semana, aconteceu o festival de música Lollapalooza. Artistas de todo o mundo subiram ao palco para retomar as apresentações musicais, suspensas pelo novo coronavírus. No entanto, o principal assunto foi o pronunciamento político contra o presidente Jair Bolsonaro, entenda.

No fim do ano, o Brasil irá vivenciar mais uma eleição para presidente. Desse modo, debates sobre o desempenho do governo Bolsonaro estão cada vez mais recorrentes. No Lollapalooza, artistas como Pabllo Vittar, Emicida, Marcelo D2, entre outros, manifestaram-se contra o atual chefe de estado.

Bolsonaro estimula censura

Insatisfeito com as críticas sobre seu governo, Bolsonaro solicitou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibisse os artistas de se manifestarem. Ele alegou que o posicionamento, em um evento transmitido ao mundo, estaria sendo uma forma de campanha política para seu opositor, o ex-presidente Lula.

Inicialmente, a medida foi acatada pelo TSE, que multou Pabllo Vittar com um valor de R$ 50 mil. A medida, no entanto, apenas insultou ainda mais os artistas que passaram a levantar campanhas contra a censura.

No entanto, nessa semana, a decisão foi reavaliada e suspensa pelo TSE.

TSE cancela multas aos artistas do Lollapalooza

O ministro do TSE, Raul Araújo, optou pela desistência da ação que foi homologada e arquivada. De acordo com ele, a empresa responsável pelo festival não foi mencionada e os dados registrados no processo estavam errados.

Ressalto que a decisão anterior foi tomada com base na compreensão de que a organização do evento promovia propaganda política ostensiva estimulando os artistas – e não os artistas, individualmente, os quais têm garantida, pela Constituição Federal, a ampla liberdade de expressão”, escreveu.

Manifestação dos artistas

Além de Pabllo Vittar, outros cantores se manifestaram, como Lulu Santos, que afirmou ser totalmente contra a censura. Anitta, Marina Senna, Djonga, Silva, entre outros, expuseram suas opiniões, estimulando os jovens a tirarem o titulo de eleitor.

“Primeiro, boa noite a todos e a todas. Segundo, eu não sei vocês, mas eu estava morrendo de saudade. Terceiro, se você tem de 15 a 18 anos, tira a p*rra do título de eleitor. Quarto, Bolsonaro, vai tomar no c*”, disparou o rapper Emicia, na abertura do seu show.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestra em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a coordenação de edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há 6 anos, redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro.