Poucos dias depois de aparecer na mídia devido ao “golpe da fruta”, o Mercadão de São Paulo volta a ser assunto por causa de irregularidades. Dessa vez, trata-se da cobrança abusiva em estacionamentos dentro e fora das dependências do mercado.
O estacionamento nos chamados bolsões do Mercadão foi privatizado em abril de 2021 e teve uma grande elevação de preços. Antes, os motoristas pagavam R$ 5 por hora para estacionar no local. Agora, a G-Park, concessionária que passou a administrar o serviço, cobra na primeira hora R$ 25 de carros (5 vezes mais que antes), R$ 15 de motos e R$ 50 de vans. Da segunda hora em diante, é cobrado o preço antigo, R$ 5.
Mas o problema vai além disso. Além do preço salgado no estacionamento interno, os motoristas têm que passar pelo assédio dos flanelinhas, se quiserem estacionar do lado de fora. Para deixar o carro na rua da Cantareira, por exemplo, é preciso pagar R$ 10 pela primeira hora e R$ 5 nas horas seguintes. Os motoristas dizem sofrer bastante pressão dos flanelinhas para pagar a quantia.
Essa cobrança é ilegal, uma vez que o estacionamento em vagas da zona azul, como as que existem na rua da Cantareira, só é permitido para quem tem o Cartão Azul Digital, ativado através de um aplicativo. Por esse meio, os motoristas deveriam pagar R$ 5,75 a cada hora, valor bem menor que o cobrado pelos flanelinhas.
Além do estacionamento dentro do Mercadão e do estacionamento nas ruas do entorno, os motoristas podem optar por estacionamentos privados em quarteirões próximos. Porém, o valor cobrado nesses locais também não é muito atraente.
Em dois deles, os motoristas precisam pagar R$ 20 por hora, e em outro, são cobrados R$ 25 de veículos “grandes” na primeira hora. Para piorar, os flanelinhas também agem pressionando os motoristas a entrarem nesses estacionamentos privados.
Resposta das empresas e de autoridades
A Estapar, empresa que administra o estacionamento na zona azul, diz que fiscaliza diariamente o local e que aplica multas aos motoristas que não estiverem com o cartão ativado.
Já a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que monitora o local uma vez a cada hora, geralmente, e que 134 multas foram aplicadas por estacionamento irregular nos dois primeiros meses do ano na região do Mercadão.
A Polícia Civil declarou que não recebeu reclamações de irregularidades no local e a Polícia Militar não se pronunciou sobre o caso específico.