Governo Federal aprova nova margem para os empréstimos consignados do INSS. Recentemente, o ministério da economia informou que aumentará de 35% para 40% a porcentagem que pode ser destinada as linhas de crédito dos aposentados e pensionistas. A decisão terá um impacto imediato no mercado. Entenda.
Afim de melhorar o desenvolvimento econômico do país, o governo federal aumentou a margem de crédito dos aposentados e pensionistas do INSS. Agora, até 40% de seus salários poderão ser destinados ao empréstimo consignado, o que deve aumentar os indicativos de endividamento da população.
Economia em declínio
Apesar do governo tentar reaquecer a economia brasileira, levando em consideração o ano eleitoral, o aumento da margem do consignado deverá ter um impacto muito mais negativo do que positivo.
É válido ressaltar que os juros mensais máximos do empréstimo consignado são, nesse momento, de 2,14% ao mês e 3,06% para o cartão de crédito consignado. No caso dos juros para beneficiários do BPC e do Auxílio Brasil os juros devem chegar a 3% ao mês.
“É indecoroso incluir BPC e Auxílio Brasil no consignado. São dois benefícios assistenciais voltados a tirar a pessoa da condição de miséria. Não deveria ser um mecanismo de endividamento, colocando a pessoa no “mercado” sem a menor estrutura para dar conta disso”, pontuou Tônia Galetti, diretora do Sindicato Nacional de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), em entrevista ao portal IG economia.
De acordo com ela, em um futuro próximo, a população terá ainda mais dívidas:
“O governo está abrindo mão de fazer a manutenção das condições que fazem com que a pessoa receba o BPC ou será olhada a situação de vulnerabilidade somente no ato da concessão?”, diz Tônia.
“Para os que estão muito necessitados, o aumento da margem consignável vem em boa hora, principalmente se, com o novo empréstimo, a pessoa conseguir quitar alguns com juros mais altos, como o cartão de crédito ou cheque especial. Mas bem melhor do que o aumento da margem seria a aprovação do 14º salário, excepcionalmente, e melhor ainda a aprovação do Projeto de Lei 4434/2008, que recupera o poder de compra dos aposentados, em relação ao salário mínimo, em cinco anos”, avalia Yedda Gaspar, presidente da Federaçao das Associações de Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio de Janeiro (Faaperj), também em entrevista ao IG economia.