Guerra na Ucrânia: Brasil está entre as economias mais afetadas; confira ‘ranking’

Pontos-chave
  • Exportação de grãos e petróleo são o forte da economia russa;
  • Economia brasileira depende da Rússia devido à importação de fertilizantes e petróleo da Rússia;
  • Europa e África são os continentes mais impactados pela guerra.

A guerra na Ucrânia iniciada pela Rússia já dura algumas cidades. Neste período, os efeitos são diversos e devastadores, desde cidades inteiramente destruídas, milhares de mortos e feridos e até mesmo economias mundiais impactadas. Um estudo recente mostrou que o Brasil compõe o ranking das principais economias afetadas. 

Como a guerra entre Rússia e Ucrânia afeta a economia do Brasil?

Os principais pontos impactados em algumas economias mundiais são o encarecimento dos alimentos e do petróleo, tendo em vista que o barril tipo Brent já ultrapassou a casa dos US$ 100. É importante reforçar que os impactos se estendem para a inflação mundial. Contudo, especialistas apontam que o impacto econômico da guerra na Ucrânia afeta diretamente dois grupos de países.

O primeiro é o continente europeu devido a dependência de determinadas nações ao gás natural oriundo da Rússia. O segundo é a África, continente onde a maior parte dos alimentos está vinculada à produção exclusiva no leste europeu que se encontra sob ataques.

Em outras palavras, além da Rússia e Ucrânia, países direta e amplamente afetados pela greve, a África e a Europa dependem dos produtos comprados nos locais em conflito. 

Mas se engana quem pensa que, por o Brasil estar do outro lado do oceano, os impactos não se estendem a ele. No entanto, em virtude da importação principalmente do petróleo e fertilizantes, principalmente, o país também se encontra no ranking das principais economias afetadas. 

De acordo com Rogério Studart, senior fellow do Núcleo de Economia Política do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), “os países que vão sentir mais impacto com essa crise são, primeiramente, os mais vulneráveis, aqueles que já sofrem por causa dos alimentos. Depois, os países que dependem muito de fontes de energia da Rússia”, explicou.

Vantagens econômicas viram moeda de troca

Studart ainda disse que a caracterização da guerra na Ucrânia pode ser explicada por cada poder econômico e como eles podem ser usados na conquista da independência.

Desta forma, a situação foi dividida em dois lados, um composto por países do Ocidente que têm tentado evitar aplicar sanções que possam ser usadas contra eles. Vale mencionar que as ações não se estendem às medidas de retaliação econômica por meio de produtos relevantes na Europa. 

Enquanto isso, a aposta da Rússia está ligada à interdependência econômica diante da crença sobre o poder de oferta do gás e do petróleo destinados à Europa. E não para por aí, a expectativa também abrange os investimentos feitos por bilionários russos nos principais centros financeiros da Europa, bem como na relação comercial com a China.

Impacto na inflação do Brasil 

Alguns dos pontos mais agravantes são o encarecimento dos combustíveis fósseis e dos grãos, os quais promovem efeitos mais nocivos sobre economias que precisam se desdobrar para driblar os efeitos da inflação. É o caso do Brasil. Neste caso, o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Eduardo Mello, aponta a existência de um outro agravante, o da dependência do petróleo para para os transportes. 

Isso porque, aproximadamente 60% de todo o transporte do Brasil depende de combustíveis fósseis. Essa é a razão pela qual o país está entre as economias que mais sofrerão os efeitos causados pela guerra na Ucrânia. “Quanto mais petróleo usamos, mais estamos expostos aos impactos econômicos desse conflito”, reforçou.

Além disso, o Brasil também depende da Rússia através da importação de fertilizantes. Isso porque, o país importa cerca de 80% das 40,6 milhões de toneladas de fertilizantes consumidos pela agricultura todos os anos, tendo em vista que a Rússia é responsável por 1/4 das importações. 

Por esta razão, o coordenador de relações internacionais do Ibmec/RJ, José Niemeyer, explicou que o plantio direto não funciona em grandes áreas que demandam fertilizantes ou a produtividade é muito afetada. Assim, as cadeias de produção de grãos, bem como, por tabela, além da criação de aves e suínos. 

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Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.
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