Carros podem ficar mais caros no Brasil por conta da Guerra; descubra os motivos

Os preços dos carros no Brasil que não estavam nada baratos podem subir ainda mais. Isto pois a guerra entre Rússia e Ucrânia podem se referir nos preços. Apesar da indústria automotiva dos dois países ter uma pequena relação direta, nosso mercado corre risco de sofrer com estes acontecimentos.

Uma guerra causa um abalo na cadeia de produção mundial, em especial se isso acabar refletindo no câmbio. O valor dos carros já enfrentam uma grande alta decorrente dos efeitos da pandemia do coronavírus.

“Um aumento do dólar impacta os custos diretos e indiretos dos automóveis. As commodities de um veículo são indexadas na moeda estrangeira”, disse ao portal Seu Dinheiro Milad Kalume Neto, diretor de Desenvolvimento de Negócios da consultoria Jato Dynamics.

Entre os materiais que sentem os reflexos do câmbio estando a borracha, o ferro e o silício. “Então, nesse contexto, a instabilidade do dólar tende a aumentar os custos de frete e dos insumos, o que interfere diretamente no preço do nosso automóvel”, disse ele.

Este crescimento nos preços não deve acontecer muito brevemente, porém quem tem o desejo de adquirir um carro este ano precisar se atentar. 

“Existem outras variáveis. A moeda estrangeira provoca um reajuste de preços, mas a produção de carros pode ser afetada, novamente, pela falta de peças em estoque, caso de alguns insumos importados”, explicou o consultor.

Outro fator que causa uma alta nos custos dos transportes de maneira indireta é o preço do barril de petróleo, que fazem pressão nos custos de alimentos forçando o avanço da inflação, que acabam atingindo os carros.

“Passamos os últimos sete anos por quatro crises no setor automotivo. A gente vai ter, basicamente, cinco crises em oito anos. Isso gera, para o setor, desemprego e incerteza, que levam ao aumento de juros e à falta de confiança do consumidor e reduzem as vendas”, diz Kalume.

As empresas estimam um volume de 2 milhões de unidades vendidas neste ano, montante próximo do esperado nos últimos dois anos.

Se já não bastasse os reflexos da eleição marcada para outubro no Brasil, uma guerra também se mostra bem prejudicial para o mercado. No primeiro mês do ano, a produção foi afetada pela alta de casos de covid e falta de peças.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.