A guerra na Ucrânia chega ao quinto dia, com as atenções de todo o mundo sendo atraídas para o maior conflito na Europa em mais de duas décadas. As informações sobre os eventos são ainda confusas, com desinformação chegando de todos os lados. Mas é certo que a superioridade militar russa vem se manifestando claramente até aqui.
Afinal, qual o tamanho da disparidade de força entre Rússia e Ucrânia? Entenda a dimensão dos investimentos militares de cada país e como isso está determinando o rumo do conflito.
Rússia
A Rússia é considerada pela maioria dos analistas como a segunda maior potência militar do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Isso se deve, principalmente, à qualidade dos seus equipamentos e da sua tecnologia bélica, bem como à expertise dos seus oficiais.
Pode ser considerado também uma herança do poderio bélico da União Soviética, país do qual a Rússia fazia parte e era o principal membro.
No ano passado, as forças armadas russas tiveram um orçamento significativo: 41 bilhões de dólares, o que representa 3,8% do PIB do país. Mas esse é apenas o quarto maior orçamento militar do mundo e está bem distante do orçamento dos Estados Unidos, o primeiro do ranking (705 bilhões de dólares em 2021).
O poderio russo é demonstrado principalmente pelo grau avançado de desenvolvimento em certas áreas, como a de mísseis hipersônicos, que viajam a velocidades mais de 20 vezes superiores à velocidade do som. Eles podem carregar ogivas nucleares e é praticamente impossível interceptá-los.
Além disso, a Rússia conta 1.500 aviões de combate, 30.120 veículos blindados, 12.420 tanques e 220 embarcações de guerra. Seus quase 900 mil combatentes ativos também são um fator importante.
Ucrânia
A Ucrânia não é considerada uma grande potência militar, mas seu orçamento para essa área tem crescido nos últimos anos e é preciso considerar o reforço dado por seus aliados ocidentais nos últimos meses.
O orçamento militar ucraniano em 2021 foi de apenas 4,3 bilhões de dólares, volume muito inferior ao empregado pela Rússia. A inferioridade também fica patente nos demais elementos militares: 98 aviões de combate, 63 embarcações e 209.000 combatentes ativos.
Após o início do conflito, boa parte dessa estrutura foi destruída. Acredita-se, por exemplo, que a força aérea do país já tenha sido totalmente neutralizada. O envio de equipamentos por parte dos aliados ocidentais pode mudar um pouco o quadro.
Hoje, por exemplo, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, informou que o bloco pretende enviar para a Ucrânia 1,68 bilhão de dólares em armas e combustíveis.
Isso pode frustrar os planos da Rússia de concluir a guerra em pouco tempo, como demonstra a sua disposição para negociar com o lado ucraniano. As negociações começaram hoje, em Belarus.