Greves podem chegar aos aeroportos e na Receita Federal; o que está acontecendo?

A promessa de um reajuste salarial exclusivo para os agentes de segurança pública ainda tem provocado repercussões e o pior, motivado por greves em vários setores. Além de uma parte dos servidores da Receita Federal que já iniciaram uma paralisação há semanas, o movimento foi ampliado nesta terça-feira, 18, contando com a adesão de novos grupos. 

Na visão da equipe do presidente da República, Jair Bolsonaro, a fala que teve o intuito de conquistar o apoio de uma determinada classe, poderá gerar impactos negativos quanto à rejeição do atual governo. Vale destacar que, de acordo com o Datafolha, 60% dos brasileiros já não estão satisfeitos com a gestão de Bolsonaro na presidência. 

Na oportunidade, o representante do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal, George Souza, declarou que não descarta a possibilidade de as greves chegarem aos portos e aeroportos, prejudicando não apenas o transporte de cargas, como também de passageiros. 

Preocupado com a situação atual, o Fórum Nacional de Carreiras Típicas de Estados (Fonacate), responsável por representar mais de 30 entidades, convocou um ato em frente ao Ministério da Economia. 

De acordo com o presidente da Fonacate, Rudinei Marques, tratar de um conjunto de greves não é uma tarefa fácil, tendo em vista que a iniciativa de uma simples categoria tem o poder de motivar tantas outras. 

O presidente do sindicato destacou que, “o desejável e não precisarmos chegar ao ponto de incomodar ainda mais a sociedade, mas isso depende de o governo cumprir o que foi apalavrado no ano passado, por meio de vários encontros com seus representantes, inclusive com os ministros Paulo Guedes, Ciro Nogueira e o presidente da República”, ressaltou. 

É importante mencionar que, na última semana, o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasef), também foi uma das entidades que aderiram às greves. É o caso de integrantes da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), composto por um milhão de servidores federais, o equivalente a 80% de todo o funcionalismo público. 

A intenção é para que, assim que a paralisação seja efetivada, que seja entregue ao Ministério da Economia, uma reivindicação do reajuste emergencial de 19,99%, correspondente à inflação dos últimos três anos do governo de Jair Bolsonaro.

Ao que tudo indica, as greves também devem chegar aos servidores do Banco Central diante da falta de uma proposta certa acerca do reajuste salarial por parte do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto. 

Segundo informações da entidade, a adesão já ultrapassa 50% dos servidores. Enquanto isso, também há a possibilidade de suspensão do atendimento ao público, da distribuição de cédulas e moedas, da prestação de informações ao sistema financeiro e do acesso a sistemas informatizados. 

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.