Crise dos reajustes: servidores do Banco Central articulam paralisação e entrega de cargos

Após o presidente da república consegui espaço no orçamento de 2022 para um reajuste salarial dos policiais federais, outras categorias estão realizando reivindicações. Fazendo parte da crise dos reajustes, o sindicato que representa os servidores do Banco Central (Sinal) está planejando a entrega de cargos.

Assim como os servidores da Receita Federal fizeram, o Sinal planeja a entrega de cargos de chefia, como forma de reivindicação pelo reajuste concedido apenas aos policiais federais. De acordo com o sindicato, o Banco Central possui cerca de 500 posições comissionadas.

Em nota, o Sinal afirmou que será elaborada uma lista nos próximos dias com os nomes de quem aderiu. A coleta dos nomes aconteceu na última segunda-feira (3), sendo realizada por meio de formulário eletrônico.

De acordo com o sindicato, não apenas os chefes poderão assinar, mas também aqueles que se comprometem a não assumir os postos caso sejam convocados. Segundo a ANBCB (Associação Nacional dos Analistas do Banco Central do Brasil), a estimativa é que cerca de 1.200 pessoas façam parte do movimento.

Entre esses estão chefes e servidores, sendo que o quantitativo representa quase um terço do total de servidores do Banco Central, que atualmente é de 3.478. A ANBCB é responsável pela gestão da plataforma de assinatura.

A crise dos reajustes já havia sido avisada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao presidente Bolsonaro. Mesmo assim, esse insistiu em oferecer o reajuste salarial apenas aos policiais federias.

O objetivo foi amenizar as reivindicações da categoria que alegaram perda salarial e de direitos após o novo presidente assumir a gestão do país. Diante disso, ameaças de greves fizeram com que Bolsonaro pressionasse o Congresso Nacional para a aprovação do reajuste salarial dessa categoria.

Os servidores que fazem parte da crise dos reajustes pedem também reajuste salarial. Além da entrega de cargos, o Sinal anunciou a adesão de trabalhadores do BC à paralisação dos servidores federais de diversos órgãos.

O movimento acontecerá no dia 18 de janeiro e será organizada pelo Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado). Segundo o presidente da ANBCB, Henrique Seganfredo, além do reajuste salarial há uma necessidade de reestruturação de carreira pendente desde 2016.

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Glaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.