Petroleiros entram em estado de greve em todo o Brasil; confira o motivo

Com a possibilidade da privatização da Petrobrás, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados vão terminar o ano em estado de greve nacional. A decisão foi acatada pela maioria da categoria petroleira, nas assembleias realizadas até a última quarta-feira (22).

Os Petroleiros estão ameaçando o presidente Jair Bolsonaro de realizar uma das maiores greves da história do setor. O motivo é o plano de privatização da Petrobras. Diante disso, a categoria está realizando assembleias para deliberar a decisão.

Segundo o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, a greve dos Petroleiros irá acontecer caso o presidente insista na privatização da Petrobras. Bacelar prevê um movimento parecido com o que aconteceu nas maiores greves dos trabalhadores, em 1995 e 2020.

O coordenador afirmou que a FUP e seus sindicatos não irão aceitar o plano de privatização da Petrobras. “A Petrobrás está sendo esquartejada e, enquanto isso, o povo ainda paga preços exorbitantes pelos combustíveis”, afirma Bacelar.

No final de novembro, a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada na Bahia, foi vendida para o fundo Mubadala, por US$ 1,65 bilhão. Porém, o valor de venda foi cerca de 50% inferior em comparação aos cálculos estimados pelo estudo do Ineep.

Neste ano também foram assinados os contratos para venda da Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), localizada no Amazonas, e da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná. Diante disso, a categoria de Petroleiros afirmou que essas ações serão “respondidas à altura”.

De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), entre março de 2015 até novembro de 2021, a Petrobrás já se desfez de 78 ativos.

Desse quantitativo, 70 estão localizados no Brasil e oito no exterior. Dos 78 ativos, 76% foram vendidos durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, com o total de R$ 152 bilhões. Porém, alguns tiveram o processo de venda iniciado no governo anterior (Michel Temer).

Segundo o coordenador da FUP, “essas vendas refletem a disposição do atual governo de destruir a Petrobrás, patrimônio dos brasileiros, a preço de banana”, lamenta Bacelar. Por esse motivo, a federação afirmou que a ideia é proteger os ativos que ainda não foram vendidos e que pertencem a estatal.

Glaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.