- A decisão de cancelar o carnaval de rua em diversas cidades brasileiras foi motiva pela variante Ômicron da Covid-19;
- Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Olinda e o Distrito Federal, confirmaram que não haverá carnaval de rua neste ano de 2022;
- Além da economia gerada pelo turismo, as oportunidades de emprego também devem ser afetadas.
Não é de hoje que as festividades de carnaval dividem o público brasileiro. Logo depois do ano novo, chega a vez de falar sobre esta comemoração. Muitos são contra a bagunça que a festa causa, mas é preciso admitir que o carnaval gera milhões de reais todos os anos, e centenas de pessoas dependem dele para sobreviver.
Justamente por isso, uma nova onda de Covid-19 e a ameaça de aumento de casos pela doença, preocupam tanto os carnavalescos como todo o setor que vive em torno da comemoração. Entre eles, o turismo, com hotéis, pousadas, agências, dos pequenos aos grandes empreendedores.
A decisão de cancelar o carnaval de rua em diversas cidades brasileiras foi motiva pela variante Ômicron da Covid-19. Os governantes temem que a liberação da festa aumente o número de casos e mortes no país.
Na verdade, neste fim de ano, com as festas e férias escolares, tem se visto um aumento preocupante no número de infectados por coronavírus. Já não bastasse isso, as contaminações por Influenza, a famosa gripe, também têm crescido no Brasil.
Por consequência da doença, voos da Latam e da Azul foram cancelados neste final de semana. O motivo foi o aumento expressivo de funcionários gripados ou que se infectaram por Covid-19, o que inviabilizou o funcionamento das empresas.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu que neste início de ano o Brasil pode ter aumento de casos como aconteceu na Europa. No último domingo, 9, o Consórcio de Veículos de Imprensa registrou o aumento de 328,8% no número de infectados por coronavírus comparando com a semana anterior (27/12 a 2/1).
Em uma reportagem da CNN Brasil, percebeu-se que devido a este motivo, pelo menos oito estados do país tem preparado medidas de contenção e restrições mais severas na pandemia. Regiões como: Pernambuco, Bahia, Ceará, Amazonas, Piauí, Maranhão, Amapá e Paraíba.
Entre as medidas, o decreto de calamidade pública e o uso obrigatório do passaporte de vacinação para circular em locais públicos.
Cancelamento do carnaval de rua em 2022
Capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Olinda e o Distrito Federal, confirmaram que não haverá carnaval de rua neste ano de 2022.
Os tradicionais blocos e trios elétricos saíam nas ruas levando multidões. No ano de 2021 o evento também não aconteceu motivado pelo mesma causa, o aumento de casos por coronavírus.
A grande diferença de um ano para o outro é que agora existe a proteção com a vacina. Dados liberados pelo Google Brasil mostram que 78,4% da população local já está imunizada com a 1ª dose, são mais de 166 milhões de pessoas.
Ainda assim, por preocupação, os governos cancelaram as festividades. Além da economia gerada pelo turismo, as oportunidades de emprego também devem ser afetadas.
Em entrevista ao jornal O Globo, Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), acredita na redução de até 25% no faturamento nesta época, comparado ao período pré pandemia.
Impactos para pousadas e hotéis
Devido ao cancelamento do evento, os empreendedores que são proprietários de pousadas e hotéis em várias cidades brasileiras, já estão sentindo os impactos.
Foi retratada em uma reportagem do jornal O Globo, o caso de uma pousada em Salvador que após o cancelamento do carnaval perdeu 90% das suas reservas para a data. Principalmente de turistas vindos de outros países, como Chile e Argentina.
O dono da empresa, inclusive, avalia oferecer descontos de 50% nos pacotes para que suas reservas para a época não fiquem tão abaixo do esperado.
Comércio também sentem o cancelamento do carnaval
Além do turismo que é o grande afetado nesta época do ano, outros setores também devem ver seu faturamento cair devido a suspensão da tradicional festa.
É o caso do comércio de rua, locais como a Rua 25 de Março em São Paulo, e o Saara no Rio de Janeiro. Ruas que possuem um grande aglomerado de lojistas que usam destas datas comemorativas para aumentar seus lucros.
Por exemplo, oferecendo fantasias, apetrechos, acessórios, roupas especiais, brinquedos, buzinas, espumas e etc.
Comparado a 2020, o presidente da Saara, Eduardo Blumberg, espera retração de 30% a 40% na receita.
Enquanto isso, Marcelo Semaan, diretor da União de Lojistas do polo, acredita em uma redução de 50% no faturamento das lojas da 25 de Março quando comparado ao ano de 2020.