8 em cada 10 mulheres que abriram negócios usaram dinheiro do próprio bolso

Muitas mulheres brasileiras têm apostado no empreendedorismo durante a pandemia de Covid-19, investindo do próprio bolso. De acordo com um levantamento do Sebrae, em parceria com o movimento Aladas, apenas 6% das empreendedoras contaram com o banco para abrirem seus negócios.

Segundo a pesquisa do Sebrae e do movimento Aladas, 78% das mulheres empreendedoras que abriram seus negócios durante a pandemia usaram recursos próprios. Apenas 6% buscaram ajuda nas instituições financeiras.

A fundadora do Aladas, Daniela Graicar, afirma que mesmo essas mulheres sendo adimplentes encontram dificuldade em conseguir financiamento bancário. Para piorar, aqueles que conseguem algum empréstimo acabam tendo que pagar juros mais elevados.

Mesmo com esse cenário desmotivador, as mulheres brasileiras continuam empreendendo. De acordo com a pesquisa, a maioria tem como motivação ter flexibilidade para ficar com a família. Diante disso, 46% das empreendedoras são motivas após terem filhos.

Além disso, 21% afirmaram ter o desejo de realizar um sonho e 20% de conseguir ter satisfação no que faz. De acordo com a pesquisa, 11% das mulheres abrem seus negócios para terem tempo para fazerem o que gostam.

De acordo com a Gerente de Gestão Estratégica do Sebrae-SP, Thais Piffer, ter o próprio negócio está relacionado é a principal motivação dessas mulheres. Esse sonho está cada vez mais jovem, sendo que em 2021, 25% desse grupo possui idade entre 18 e 30 anos.

Os números de mulheres que desejam serem empreendedoras só fez aumentar após a pandemia. Entre as jovens de 18 a 30 anos o percentual saiu de 6% para 25% e entre os 31 a 40 anos aumentou de 26% a 36%.

Porém, nesse último grupo houve uma redução do início da pandemia de 38% para 36% em setembro de 2021. A desmotivação também atingiu as mulheres na faixa etária de 41 a 50 anos, saindo de 37% a 25%.

A pesquisa também mostrou que as mulheres abriram mais negócios do que os homens durante a pandemia. Nesse período, 33% dos novos negócios foram abertos por elas, contra 29% por eles.

Porém, muitas mulheres têm encontrado dificuldade em continuar, sendo que 52% das empreendedoras afirmam já ter pensado em desistir do negócio. Esse número é 13% a mais que os homens.

Para piorar a situação, entre os meses de março de 2020 e agosto, o percentual de empresas lideradas por mulheres teve uma redução de 51%. Tudo isso  mostra como o setor ainda é difícil para as empreendedoras.

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Glaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.