Para quem já acha que a situação econômica e financeira do país já está difícil este ano, pode preparar o bolso para 2022. Isso porque, todos os produtos comercializados e serviços prestados no Brasil são colocados em prática com base na inflação.
A inflação oficial do país é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), um dos vários medidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na oportunidade, a economista e professora do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Juliana Inhasz, aproveitou para reforçar que a inflação não deve permanecer na casa dos dois dígitos no ano de 2022, embora continue acima do patamar pré-pandemia.
“Devemos continuar com uma inflação alta para o perfil inflacionário brasileiro da última década, muito próxima do teto da meta e talvez até superior. A gente já parte para 2022 com uma inflação acima de 5%. Ao longo do ano, ela deve ir se ajustando com elementos que vão aparecendo”, afirmou.
A economista ainda lembrou que, por 2022 se tratar de ano eleitoral, os impactos políticos devem ter ainda mais influência no cenário econômico do país. Juliana diz que a situação permanece incerta, sobretudo de 2023 em diante. Desta forma, qualquer tipo de declaração em torno da economia trará motivo para incertezas capazes de acentuar ou amenizar a situação.
Vale lembrar que, das reformas que estão paradas e prometidas há vários anos, tal como a reforma administrativa e a tributária, elas têm o poder de ajudar na situação fiscal do Brasil, além de promover mais transparência e menos incertezas.
Na visão da economista, a reforma é, sem sombra de dúvidas, essencial para o fluxo do país, mas infelizmente não é tão fácil de ser aprovada por envolver várias esferas e interesses.
Ainda existe a necessidade de um capital político para que o projeto seja apreciado da maneira certa. Embora a reforma administrativa não tenha capacidade de resolver todos os problemas, ela seria um passo importante a ser dado para resolver o impasse fiscal que o Brasil vive hoje e que é refletido na inflação.
De acordo com a última apuração feita pelo IPCA-15, que mede a prévia da inflação oficial, 2021 fechará o ano em 10,42%. Essa é a maior taxa para um ano desde 2015, quando foi registrado 10,71%.