Dois alimentos populares correm o risco de ficarem mais caros após alta no trigo

A demanda interna do trigo é em torno de 12 milhões de toneladas, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Trigo (Abitrigo). Porém, a produção, neste ano, deve ser de 7,9 milhões.

Diante disso, é necessário realizar a importação de 5 milhões de toneladas aumentando o preço do produto em 2022. O que consequentemente vai prejudicar e encarecer o valor de alimentos muito populares no Brasil, como o macarrão e o pão. 

O maior produtor de trigo no Brasil é o Paraná conseguindo neste ano 3,2 milhões de toneladas. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/PR), a produção foi 1% a mais que no ano passado.

Já a produção de trigo em São Paulo foi prejudicada pelo clima. Com isso, a safra deve ser de 250 mil toneladas, sendo 60 mil toneladas a menos que no ano passado. Essa queda equivale a 19% da produção na região.

Mesmo com esse problema, o Brasil, neste ano, deve colher a sua maior safra de trigo, projetada em 7,9 milhões de toneladas. Além do Paraná, a safra será incrementada pelas produções no Cerrado e no Ceará.

Em 2020, a produção de trigo nessas regiões foi de 6,2 milhões de toneladas, já tendo uma alta de 27%. Para este ano, a estimativa é que as duas regiões alcance os mesmos números, já que não houve nenhum problema na produção até o momento.

Diante disso, a produção brasileira de trigo é em torno de 7,9 milhões de toneladas por ano. Porém, a demanda é em torno de 12 milhões de toneladas. Por esse motivo, é necessário realizar importação de 5 milhões de toneladas do cereal da Argentina, Canadá e Estados Unidos.

Essa dependência faz com que o preço do cereal seja prejudicado, já que no mercado internacional o item teve alta de quase 36%. A causa foram problemas climáticos que afetaram os grandes produtores, como o Canadá.

Além disso, o trigo sofre com o aumento da demanda mundial, devido à ser utilizado para substituir o milho, e alta no preço dos fertilizantes e defensivos. Diante dessa situação, o pão e a farinha devem ficar mais caros no próximo ano.

O preço do bushel (o bushel do trigo equivale a 27,216 quilos) em julho era de US$ 6,1 e passou para US$ 8,25. Esse aumento equivale a uma alta de 36% durante cinco meses.

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Glaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.