Cesta básica subiu! Veja média de valor nos estados e alimentos mais caros

Pontos-chave
  • O preço da cesta básica no mês de setembro aumentou em 11 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese;
  • Ao comparar a cesta básica a setembro de 2020 foi percebido um aumento em todas as cidades pesquisadas;
  • De acordo com os novos dados, a capital paulista é a cidade que tem a cesta básica mais cara do país, custando R$ 673,45;

O preço da cesta básica no mês de setembro aumentou em 11 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A maior alta foi verificada em Brasília (3,88%).

Cesta básica subiu! Veja média de valor nos estados e alimentos mais caros
Cesta básica subiu! Veja média de valor nos estados e alimentos mais caros (Imagem: Reprodução/RBJ)

Na última quarta-feira (4), o Dieese divulgou o levantamento sobre o preço da cesta básica em 17 capitais brasileiras. Em comparação com o mês de agosto, 11 capitais apresentaram aumento, sendo as maiores em Brasília (3,88%), Campo Grande (3,53%) e em São Paulo (3,53%).

Ao comparar a cesta básica a setembro de 2020 foi percebido um aumento em todas as cidades pesquisadas. As maiores elevações foram em Brasília (38,56%), Campo Grande (28%), Porto Alegre (21,62%) e em São Paulo (19,54%).

De acordo com os novos dados, a capital paulista é a cidade que tem a cesta básica mais cara do país, custando R$ 673,45. Em segundo lugar ficou Porto Alegre com R$ 672,39, seguido por Florianópolis, R$ 662,85.

As cestas mais baratas estão na Região Nordeste: Aracaju (R$ 454,03), João Pessoa (R$ 476,63) e Salvador (R$ 478,86). Em João pessoa o conjunto de itens teve uma queda de 2,91%. Porém, foi Natal que obteve o maior índice de redução no preço da cesta básica com 2,9%, ficando em R$ 493,29.

A cesta é composta por 13 itens considerados essenciais para o desenvolvimento físico de uma pessoa adulta: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes (tomate), pão francês, café em pó, frutas (banana), açúcar, banha/óleo e manteiga.

Valor da cesta básica em setembro

  • São Paulo: 673,45;
  • Porto Alegre: 672,39;
  • Florianópolis: 662,85;
  • Rio de Janeiro: 643,06;
  • Vitória: 633,03:
  • Campo Grande: 630,83;
  • Brasília: 617,65;
  • Curitiba: 610,85;
  • Belo Horizonte: 582,61:
  • Goiânia: 574,08:
  • Fortaleza: 552,09:
  • Belém: 532,56:
  • Natal: 493,29:
  • Recife: 489,4;
  • Salvador: 478,86;
  • João Pessoa: 476,63;
  • Aracaju: 454,03

Os alimentos mais caros da cesta básica

Todos os itens sofreram aumento de agosto para setembro, porém o açúcar foi o produto que mais teve alta, devido à falta de chuvas e a queda na produção de cana-de-açúcar. As maiores altas foram em Belo Horizonte (11,96%), Vitória (11%), Brasília (9,58%) e Goiânia (9,15%).

O segundo item que contribui para o aumento da cesta foi o café. Esse subiu em 16 das 17 cidades pesquisadas, com as maiores elevações de preço em Goiânia (15,69%), Campo Grande (14,79%), Brasília (10,03%) e Natal (9%).

Cesta básica subiu! Veja média de valor nos estados e alimentos mais caros
Cesta básica subiu! Veja média de valor nos estados e alimentos mais caros (Imagem: Wikimedia Commons)

De acordo com o Dieese, o produto tem aumentado devido a dois fatores: à alta do dólar, favorecendo as exportações e reduzindo a oferta dentro do país, e o clima de geada ocorrida no mês de julho.

O óleo de soja teve alta em 15 capitais, sendo o maior aumento registrado em Campo Grande (3,4%). De acordo com o Dieese, a causa é o crescimento das exportações, especialmente para a China, e com as dificuldades de escoamento da produção dos Estados Unidos.

O Pão francês encareceu em 14 capitais, devido à alta na conta de luz e do trigo. Esse último teve o preço elevado devido à escassez de matéria-prima, com a quebra de 1,0 milhão de toneladas na produção do Rio Grande do Sul e de 800 mil toneladas no Paraná, e estoques iniciais baixos.

Cesta básica e salário mínimo

Diante dos preços da cesta básica nas 17 capitais, a média nacional ficou em setembro por R$ 563,74. Sendo assim, para comprar uma cesta básica é preciso comprometer cerca de 52% do salário.

Com isso, é preciso trabalhar mais da metade da carga horária para se alimentar. Nesse cenário, para uma família composta por dois adultos e duas crianças a despesa com alimentação chega a ser de R$ 1.691,22.

Considerando o atual salário mínimo vigente de R$ 1.100, fica perceptível que a quantia é insuficiente para arcar com as despesas familiares. Para piorar a situação ainda é necessário retirar dessa quantia dinheiro para bancar a conta de água, conta de luz, internet e, muitas vezes, aluguel.

Sendo assim, é preciso que os dois adultos trabalhem e recebam, no mínimo, cada um salário. Com isso, a renda familiar ficará em R$ 2.200 sem contar os descontos previdenciários que são maiores que 10% ao mês e são realizados automaticamente na folha de pagamento.

Nesse cenário, o Dieese afirma os brasileiros deveriam receber um salário mínimo superior a R$ 5.500, considerando todas as despesas e o preço dos itens no Brasil. Porém, o valor atual é cinco vezes menor que o ideal definido pelo órgão.

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Glaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.