- Bolsonaro compra briga com mercado financeiro;
- Bolsa de valores nacional tem queda significativa;
- Novo projeto é adotado como estratégia para reeleição em 2022.
Bolsonaro volta a atacar o mercado financeiro ao defender o Auxílio Brasil. Nessa semana, o presidente da república se pronunciou sobre a repercussão da implementação de seu novo projeto social. Sob a possibilidade de furar o teto orçamentário, seu governo passou a ser rejeitado pelos investidores.
Mais um capítulo relacionado a concessão do Auxílio Brasil. Desde que foi anunciado pelo chefe de estado, o programa tem sido assunto principal na imprensa por abalar o mercado financeiro e violar a constituição. A atual proposta de Bolsonaro tem como finalidade violar o teto orçamentário.
Bolsonaro ataca o mercado financeiro
Em entrevista concedida para a Jovem Pam, nessa quarta-feira (27), Bolsonaro afirmou que o mercado financeiro é nervosinho. Tal acusação se refere a queda da bolsa de valores quando o gestor alegou que ultrapassaria o teto orçamentário.
Para ele, a retirada dos investimentos é uma forma de pressionar sua equipe, sendo “qualquer negocinho” o suficiente para gerar uma ameaça a sua gestão.
“O mercado é um nervosinho. Um nervosinho. Qualquer negocinho aumenta taxa de juros a longo prazo, perdeu mais de R$ 50 bilhões. É assim que acontece. Nossa dívida está em R$ 6 trilhões. Como é que a gente trabalha dessa maneira”.
O presidente afirmou ainda que está com fragilidades em sua equipe, mediante a quantidade de ataques sofrido em tempo integral.
“Tenho um tal de um teto pela frente. Estou completamente engessado. E é um governo que tem fragilidade. É um governo forte mas que tem fragilidade. Toda hora alguém quer cassar o mandato, quer te processar. É improbidade, é isso, é aquilo, o tempo todo. O próprio Supremo (Tribunal Federal), pode ver, entram com ações todo dia, PT, PCdoB, PSol, pra cima da gente. O tempo todo (enfrento) esse mar de problemas, além de buscar resolver problemas do Brasil. E eu tenho esse compromisso de buscar solução para o Brasil”, disse.
O Auxílio Emergencial é ruim para o mercado financeiro?
Não. O grande problema para tal repercussão negativa é que o governo deseja ultrapassar o teto de gastos, comprovando assim sua insuficiência fiscal para a doação da proposta. Isso significa dizer que o país ficará em dívidas, não sendo atrativo para os investimentos nacionais.
Ao extrapolar seu orçamento, o governo cria uma divida com a própria União e consequentemente torna o mercado instável. Isso faz com que os aplicadores retirem suas ações temendo perder o valor investido. Ou seja, o problema não é a consolidação do Auxílio Brasil, mas a atual crise econômica e política motivada pela má gestão de Bolsonaro.
Porque o Auxílio Brasil é positivo para o presidente?
Seu interesse em consolidar o projeto é simples, garantir uma possível reeleição em 2022. Bolsonaro espera ganhar os votos da população de baixa renda que nesse momento representa parte significativa do eleitorado da oposição liderada pelo ex presidente Lula.
Adotando uma ação social com sua assinatura, ele deseja estimular os beneficiários a manter o voto em seu governo e assim permanecer na cadeira da presidência. No entanto a medida desesperadora vem gerando efeitos opostos.
Desde que informou sei interesse em ultrapassar o teto de gastos, Bolsonaro vem ampliando seus índices de rejeição. Até mesmo o mercado financeiro e os grandes empresários que até então faziam parte de seu eleitorado estão desaprovando suas últimas medidas.
Sobre o Auxílio Brasil
O programa deve conceder mensalidades de R$ 400 para cerca de 17 milhões de brasileiros vulneráveis. A previsão de sua concessão é entre novembro e dezembro, caso o governo consiga detalhar seu orçamento. Ele ofertará os seguintes benefícios:
- Benefício Primeira Infância: R$ 90,00 por mês, por integrante, até o limite de 5 pessoas por família;
- Benefício Composição Familiar: R$ 45,00 por mês, por integrante, até o limite de 5 pessoas por família;
- Benefício de Superação da Extrema Pobreza: calculado por integrante e pago por família. Considera a diferença entre o valor da linha de extrema pobreza e a renda mensal per capita da família e será de no mínimo R$ 10 por integrante familiar;
- Benefício Compensatório de Transição: pago por família, para que o Auxílio Brasil não seja menor que o Bolsa Família;
- Auxílio Esporte Escolar: 12 parcelas mensais de R$ 100,00 e uma parcela única de R$ 1.000,00 por família;
- Bolsa de Iniciação Científica Júnior: 12 parcelas mensais de R$ 100,00 e uma parcela única de R$ 1.000,00 por família;
- Auxílio Criança Cidadã: R$ 200,00 por mês para crianças matriculadas em creches de turno parcial R$ 300,00 por mês para crianças matriculadas em creches de turno integral
- Auxílio Inclusão Produtiva Rural: R$ 200,00 por mês para famílias de agricultores familiares;
- Auxílio Inclusão Produtiva Urbana: R$ 200,00 por mês para famílias com integrantes que comprovem vínculo de emprego formal.