Insegurança alimentar nas comunidades de SP cresce com falta de benefícios sociais

Brasil volta ao mapa mundial da fome após covid-19. Nessa semana, um levantamento do Departamento de Medicina Preventiva da EPM/Unifesp (Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo) apresentou os índices de insegurança alimentar no estado. De acordo com o estudo há milhares de famílias sem ter o que comer nas comunidades.

Insegurança alimentar nas comunidades de SP cresce com falta de benefícios sociais (Imagem: FDR)
Insegurança alimentar nas comunidades de SP cresce com falta de benefícios sociais (Imagem: FDR)

Há mais de um ano o país luta contra o novo coronavírus. Não bastasse a doença que já matou mais de 600 mil brasileiros, a população precisa lidar ainda com a fome. Em São Paulo, a insegurança alimentar voltou a ser uma realidade cada vez mais presente nas comunidades periféricas.

Insegurança alimentar afeta a população

O estudo ouviu cerca de 424 famílias de Heliópolis e Vila São José, durante os meses de abril de 2020 para abril desde ano. Segundo os dados levantados, com a suspensão do auxílio emergencial mais de 57% da população passou a vivenciar a insegurança alimentar.

A grande maioria não tinha recursos para por comida na mesa, 8% já vivenciavam situação total de fome. Os números eram menores quando o governo federal liberou as parcelas de R$ 600 no início de 2020, mas foi se ampliando mediante os cortes no auxílio emergencial.

De acordo com os pesquisadores, o principal motivo de tal insegurança se deu justamente pela falta de assistência social do governo estadual e federal. Ainda no início da pandemia, quando a crise econômica era mais amena, a população sentia menos os impactos do descaso da gestão pública.

“Em outubro, com o auxílio, vimos que as famílias tiveram mais acesso a alimentos, mas ainda estavam em situação de insegurança alimentar. Já em abril de 2021, sem nenhum auxílio, piorou o cenário. Migraram da insegurança leve para a insegurança mais severa, que é a moderada e grave”, afirma ao R7 Luciana Yuki Tomita, professora do Departamento de Medicina Preventiva da EPM/Unifesp e responsável pelo estudo, em entrevista ao Portal R7.

Ainda não há uma previsão de melhoria, uma vez em que o governo federal não definiu o futuro social do país. Sem o Auxílio Brasil e com o fim do Auxílio Emergencial, espera-se que a fome aumente ainda mais.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Doutoranda e mestra em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a coordenação de edição dos Portais da Grid Mídia e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas socias e economia popular. Iniciou sua trajetória no FDR há 7 anos, ainda como redatora, desde então foi se qualificando e crescendo dentro do grupo. Entre as suas atividades, é responsável pela gestão do time de redação, coordenação da edição e analista de dados.