A tarifa foi criada para incentivar o consumo consciente e evitar os horários de pico. Porém, poucos consumidores conhecem e ficam de fora do desconto na conta de luz. Segundo dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), mais de 75 milhões podem aderir à tarifa, mas só 57.601 utilizam o mecanismo.
A Tarifa Branca é desconhecida dos consumidores, mas dá desconto na conta de luz para os clientes que utilizarem a energia elétrica fora dos horários de pico. Apenas 0,6% dos cidadãos que podem aderir solicitam o programa.
A Tarifa Branca foi criada em 2018, porém, sua baixa adesão está relacionada com a pouca divulgação das companhias. Porém, com a possibilidade de haver racionamento, o governo pretende estipular a participação da população no programa.
O presidente da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica (ABCE), Alexei Vivan, afirmou que hoje o país corre o risco de passar por apagões, devido ao baixo nível de água nos reservatórios.
Com isso, a ideia é diminuir o consumo da energia elétrica nos momentos de maior demanda. A adesão é voluntária e o desconto só é válido para os dias úteis e prevê três preços, cujos valores e os horários variam por concessionária.
Na Light (companhia que atua no Rio de Janeiro), a Tarifa Branca vale das 22h30 às 17h e custa R$ 0,612 por quilowatt-hora (kWh). A tarifa convencional é de R$ 0,694 por kWh. Com isso, a redução disponibilizada é de 11,81%.
Porém, o valor consumido nos horários de pico, ou seja, das 17h30 as 20h30, é dobrado passando a ser de R$ 1,268 por kWh. Durante o horário intermediário, de 20h30 às 22h30 o consumo fica de R$ 0,854 por kWh.
Mesmo sem a divulgação das concessionárias de energia, a Tarifa Branca teve um crescimento na adesão de 52% entre o início de 2020 e março de 2021, segundo a Aneel. Esse aumento está relacionado crise gerada pela pandemia e a necessidade de reduzir os custos familiares.
A adesão a Tarifa Branca que concede descontos na conta de luz passou de 37,8 mil para 57,6 mil clientes de baixa renda em um pouco mais de um ano. Porém, a maior participação do programa ainda é de empresas (57,9%).