Após luz e combustível, tempo frio e seco devem elevar inflação e alimentos

As mudanças climáticas têm sido nítidas nos últimos dias, e como toda ação tem sua reação, os consumidores brasileiros sentirão os efeitos nos preços da conta de luz, combustível e agora, nos alimentos. A alteração dos valores está agregada às perdas na produção devido às baixas temperaturas de um inverno rigoroso em um país tropical como o Brasil. 

Após luz e combustível, tempo frio e seco devem elevar inflação e alimentos
Após luz e combustível, tempo frio e seco devem elevar inflação e alimentos. (Imagem: Jornal Boa Vista)

Com temperaturas e sensações térmicas abaixo de zero em algumas localidades, os produtores brasileiros precisam recorrer a fontes alternativas para preservar a produção.

É o caso de fazendas no interior de São Paulo, que após 20 anos, precisaram contratar caminhões-tanque para fazer a irrigação de pés de laranja, tangerina, limão e abacate. Este auxílio deve permanecer durante as madrugadas dos próximos dias. 

Isso porque, o frio não é o único causador de prejuízos na produção, como também a intensa seca que o Brasil vem enfrentando nos últimos meses devido à escassez das chuvas.

Todos estes fatores climáticos estão diretamente ligados à preservação do meio-ambiente, melhor dizendo, a falta dela, que agora está mostrando os verdadeiros resultados da ação humana.

Toda operação tem um custo, que será cobrado dos consumidores brasileiros. A partir de agora será a vez da alta nos preços do alimento devido à inflação. É o que disse o economista Sérgio Vale em entrevista ao O Globo. 

Para ele, os principais alimentos que terão o preço elevado são as frutas e hortaliças, por serem mais suscetíveis às mudanças climáticas. Tanto estes quanto os demais itens verão um equilíbrio nos preços somente em uma nova safra. 

A regularização nos preços acontecerá gradativamente, a partir do momento em que houver uma trégua na incidência da inflação sobre os alimentos que já vêm sofrendo com esta alta desde o início da pandemia da Covid-19 em 2020.

Mas não para por isso, o orçamento dos consumidores brasileiros também deve ser afetado pelo aumento na conta de luz e combustíveis neste segundo semestre. 

“O cenário do segundo semestre é de aumento de preços, justamente no momento em que o país terá a população vacinada e um retorno mais intenso do consumo”, explicou Sérgio Vale.

A expectativa era para que os preços dos alimentos se estabilizassem devido à perda dos impactos da inflação de 2020, mas tem acontecido justamente o contrário.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) atingiu a margem de 8,59% no acumulado dos últimos 12 meses até julho. O percentual deve recuar para 6,56% até o final de 2021. 

Apesar dos preços nos alimentos continuarem abusivos, sobretudo na carne, o setor alimentício deu uma trégua resultando na queda da taxa acumulada de 18,04% para 15,27% no último ano.

Os vilões da vez são a conta de luz e os combustíveis, os quais devem permanecer com o valor elevado nos próximos meses. 

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Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.