Auxílio Brasil deve tirar vínculo petista e ser o ‘Programa de Bolsonaro’

Pontos-chave
  • Bolsa Família deve ser chamado de Auxílio Brasil;
  • Vínculo da transferência de renda junto à reforma tributária poderá gerar cobranças excessivas sobre Guedes;
  • Auxílio Brasil irá gerar um custo de R$ 47 bilhões aos cofres da União.

Apesar das diversas e constantes promessas, os trâmites relacionados ao novo Bolsa Família permanecem estagnados. A bola da vez é a redenominação do programa de transferência de renda, que poderá passar a ser chamado de Auxílio Brasil

Auxílio Brasil deve tirar vínculo petista e ser o 'Programa de Bolsonaro'
Auxílio Brasil deve tirar vínculo petista e ser o ‘Programa de Bolsonaro’. (Imagem: FDR)

Embora pareça uma simples mudança, para Bolsonaro, propositor de tamanhas alterações junto ao ministro da Economia, Paulo Guedes, é um enorme passo a ser dado.

Isso porque, a intenção nítida de Jair Bolsonaro é desvincular completamente o Bolsa Família da gestão petista, criadora do programa em 2003. 

Ainda que a intenção de reformular o novo Bolsa Família, ou Auxílio Brasil como deve ser chamado, seja antiga, o empenho para concretizar esta meta começou a acontecer somente em meados de abril do ano passado.

Na época, o Governo Federal começou a pagar o auxílio emergencial, incluindo os beneficiários do Bolsa Família nos grupos elegíveis ao benefício e, por consequência, resultando na suspensão do programa desde então. 

Mais de um ano se passou, e até agora o projeto do Auxílio Brasil ainda não foi concluído. O principal impasse tem sido a fonte de financiamento da transferência de renda, que seja capaz de custear o aumento no valor da bolsa mensal paga aos beneficiários.

A princípio o programa em novo formato deveria ser lançado até dezembro de 2021, tendo em vista que 2022 é ano de eleições, época em que tais ações não poderão ter seguimento. 

Portanto, ao que tudo indica, não é recomendado que os cidadãos brasileiros em situação de vulnerabilidade social criem expectativas quanto ao recebimento do Auxílio Brasil ainda neste ano.

De certa forma, o conselho é assustador, pois indica que essas pessoas ficarão desamparadas após o pagamento da última parcela do auxílio emergencial, que foi prorrogado até o mês de outubro. 

Financiamento do Auxílio Brasil 

Alguns parlamentares apontaram a possibilidade de aprovar o Auxílio Brasil, desde que o novo programa de transferência de renda não dependa do aumento da carga tributária.

O projeto irá gerar um custo superior a R$ 40 bilhões para os cofres da União que, embora seja uma quantia significativa, é insuficiente para cobrir todas as propostas vinculadas ao novo Bolsa Família. 

No intuito de viabilizar o Auxílio Brasil, Paulo Guedes fez algumas sugestões vinculadas à reforma tributária que já está sendo estudada pelos líderes partidários.

O ministro da Economia propõe a criação de novos impostos junto ao fim de uma variedade de isenções, que vão desde gastos com saúde e educação até chegar ao vale alimentação. 

A  intenção era redirecionar a arrecadação de dividendos oriundos da tributação de empresas para financiar o novo programa de transferência de renda. Por isso, o Auxílio Brasil depende de recursos que ainda não existem, gerando incerteza sobre a viabilização do programa.

Especialistas alegam que a ligação entre a reforma tributária junto ao novo Auxílio Brasil se trata de uma estratégia a caráter de chantagem velada para que os parlamentares aprovem o texto e assegurem o lançamento do Bolsa Família no formato desejado.

Há algumas semanas a equipe técnica do Governo Federal cogitou desvincular o lançamento do programa da reforma tributária, o que pelo visto, ficou apenas na conversa.

Auxílio Brasil deve tirar vínculo petista e ser o 'Programa de Bolsonaro'
Auxílio Brasil deve tirar vínculo petista e ser o ‘Programa de Bolsonaro’. (Imagem: Marcos Rocha/ FDR)

Novo Auxílio Brasil 

Mesmo diante das incertezas quanto à substituição do Bolsa Família pelo Auxílio Brasil, que virá carregado de novidades, o Ministério da Economia ainda pretende elevar o orçamento da transferência de renda de R$ 35 bilhões para R$ 55 bilhões. As propostas são as seguintes:

  • Elevar o valor mensal da bolsa; 
  • Pagar um bônus aos beneficiários;
  • Implementar bolsas de mérito escolar;
  • Criar um aplicativo próprio para o programa; 
  • Conceder um crédito consignado descontado diretamente da mensalidade da bolsa.

Bônus para o Auxílio Brasil 

A mais nova sugestão vinculada ao Auxílio Brasil é resultado de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que sugere o parcelamento de débitos provenientes de ações judiciais. O mesmo texto também prevê a criação de um fundo capaz de pagar um bônus aos brasileiros inscritos no programa. 

Este bônus seria capaz de ampliar a renda dos beneficiários, além de concretizar a ideia do ministro da Economia, Paulo Guedes, de criar o Fundo Brasil. Segundo o ministro, o projeto seria financiado por meio da venda de ativos da União, bem como a privatização de estatais, recursos do pré-sal, dividendos e receitas de concessões. 

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Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.