- Cronograma de vacinação é suspenso em diversas capitais do país;
- Governo federal congela repasse de novos lotes da vacina;
- População vem sendo medicada apenas com a segunda dose.
Por falta de medicamento, capitais suspendem cronograma de vacinação contra o novo coronavírus. Enquanto o país contabiliza mais de 540 mil mortes, o governo federal atrasa as negociações para a aquisição das vacinas. Diante disso, regiões como Rio Branco, Manaus, Salvador, entre outros, ficam sem estoque da primeira dose.
Manter a população vacinada contra o novo coronavírus tem sido o principal desafio dos governadores estaduais. Há mais de um ano vivenciando a pandemia, o país ainda não apresenta ter vacinas o suficiente para toda a população.
Na última semana, oito capitais suspenderam a aplicação da primeira dose afirmando que não havia mais imunizante em estoque. Rio Branco, Manaus, Salvador, Campo Grande, Natal e Porto Velho estão aplicando apenas a segunda dose, para não comprometer o ciclo de imunização.
Já cidades como Aracaju, Florianópolis, João Pessoa e Maceió vêm imunizando apenas a população do grupo de gestantes, lactantes e puérperas, sendo aplicada a primeira dose. Em Belém e Curitiba a segunda dose foi suspensa podendo assim inviabilizar a imunização inicial.
Andamento da vacinação nas capitais nacionais:
UF | CIDADE | TEM VACINA? | IDADE |
AC | Rio Branco | 1ª dose suspensa | 27+ |
AL | Maceió | 1ª dose restrita | 37+ |
AM | Manaus | 1ª dose suspensa | 20+ |
AP | Macapá | normal | 36+ |
BA | Salvador | 1ª dose suspensa | 40+ |
CE | Fortaleza | normal | 30+ |
DF | Brasília | normal | 41+ |
ES | Vitória | normal | 30+ |
GO | Goiânia | normal | 39+ |
MA | São Luís | normal | 16+ |
MG | Belo Horizonte | normal | 42+ |
MS | Campo Grande | 1ª dose suspensa | 38+ |
MT | Cuiabá | normal | 45+ |
PA | Belém | 1ª e 2ª doses suspensas | 35+ |
PB | João Pessoa | 1ª dose restrita | 40+ |
PE | Recife | normal | 37+ |
PI | Teresina | normal | 40+ |
PR | Curitiba | 1ª e 2ª doses suspensas | 41+ |
RJ | Rio de Janeiro | normal | 38+ |
RN | Natal | 1ª dose suspensa | 37+ |
RO | Porto Velho | 1ª dose suspensa | 35+ |
RR | Boa Vista | normal | 26+ |
RS | Porto Alegre | normal | 36+ |
SC | Florianópolis | 1ª dose restrita | 40+ |
SE | Aracaju | 1ª dose restrita | 34+ |
SP | São Paulo | normal | 37+ |
TO | Palmas | normal | 43+ |
Fonte: Secretarias municipais de Saúde/ Criação G1.
Motivo para o atraso das aquisições
A aquisição de novas vacinas é de responsabilidade prioritária do Ministério da Saúde. No entanto, com o andamento da CPI da covid, que investiga possíveis fraudes na contabilidade pública, o governo federal atrasou as compras.
Desse modo, governadores estaduais passaram a comprar vacina com recursos do estado. Porém, é válido ressaltar que há regiões em que devido aos demais efeitos econômicos do novo coronavírus o cofre público se mostra insuficiente para as negociações.
Situação por região
Para os moradores de Florianópolis, o governo já imunizou cerca de 18.550 pessoas na última semana. O grupo prioritário no momento são as pessoas acima de 40 anos, porém a aplicação vem sendo referente apenas a segunda dose.
No Nordeste do país, especificamente em Salvador, pessoas com 41 anos começaram a ser vacinadas, mas a prefeitura suspendeu a aplicação por falta de medicamento. Com a chegada de novos lotes da Pfizer e da Coronavac o calendário deverá ser retomado.
Em Maceió, a população permanece sendo imune com a segunda dose. A secretaria municipal de saúde aguarda o envio de uma nova remessa de medicamentos para poder dar continuidade a campanha.
No Norte, a Prefeitura de Rio Branco deu início a imunização em 20 de janeiro e desde então vem priorizando pessoas idosas, com comorbidades, grávidas e lactantes. Porém, a primeira dose foi suspensa nesta quinta-feira (15), sem previsão de retorno também por falta de medicamento em estoque.
Em Natal, no momento só é possível ser imune com a segunda dose. Quem foi medicado inicialmente há mais de 28 dias vem tomando a coronavac, e a Oxford/AstraZeneca está disponível para todos os públicos que tenham tomado a primeira dose há 85 dias ou mais.
Informes do governo federal
Até o momento o Ministério da Saúde não se pronunciou sobre o assunto. Neste momento a aquisição das vacinas vem sendo investigada pelo Supremo Tribunal Federal, Polícia Federal e demais repartições públicas.