O Governo Federal enviou a proposta do salário mínimo de 2022 para o Congresso Nacional nesta quinta-feira (15). O valor sugerido é de R$ 1.147. Dessa maneira, caso seja aprovado, o salário mínimo não terá ganho real por mais um ano.
De acordo com o Ministério da Cidadania, a previsão do salário mínimo de 2022 é de um reajuste de 4,3%. Dessa maneira, o aumento no piso nacional não terá ganho real e não garantirá o poder de compra dos brasileiros.
Esse valor faz parte do projeto que estabelece as diretrizes para o Orçamento Geral da União 2022. Sendo assim, o salário mínimo de 2022 deve ser reajustado em janeiro, passando de R$ 1.100 para R$ 1.147.
Ao todo, o aumento será de apenas R$ 47. Esse valor corresponde à projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para este ano. Diante disso, 2022 será o terceiro ano em que o salário mínimo não terá aumento acima da inflação.
É importante lembrar que, antes do mandato do atual presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido), o país viveu duas décadas com a política de ganhos reais. A Lei de Diretrizes Orçamentárias pode sofrer alterações ao longo da tramitação do projeto no Legislativo.
Dessa maneira, o valor definitivo do salário mínimo de 2022 só entrará em vigor após o chefe do Executivo assinar o decreto que oficializa o piso nacional. O que pode acontecer, durante os próximos meses, é que o INPC tenha alteração em sua projeção.
Isso porque, a inflação dá sinais de aceleração, diante da 2ª onda de Covid-19. Com isso, o governo deve reajustar o reajuste do piso nacional acima de 4,3%. Outro fator que pode fazer o salário ser alterado é o retroativo deste ano.
Em 2021, o presidente deixou de aumentar R$ 2 no piso nacional. Esse valor garantiria o reajuste com base na inflação do ano anterior. Diante disso, o salário mínimo de 2021 que é de R$ 1.100 deveria ser de R$ 1.102.
O problema é que a inflação oficial só é divulgada no mês de janeiro. Foi esperado que o governo alterasse o valor e pagasse o retroativo, porém, não aconteceu. O INPC 2021 ficou em 5,45%, sendo que a projeção do governo era de 5,26%.