O Ministério da Saúde comprou 20 milhões de doses da vacina Covaxin. A vacina é da empresa Precisa Comercialização de Medicamentos Ltda, que representa no Brasil o laboratório indiano Bharat Biotech, fabricante do imunizante. O custo da compra foi de R$ 1,6 bilhão.
A compra foi de caráter urgente, visto que diversos estados brasileiros chegaram a suspender temporariamente a campanha de vacinação por falta de doses para atender a população.
Segundo reportou a Veja, o valor cobrado em cada dose foi mais alto do que de outros fármacos, além de se tratar de uma vacina que ainda está em fase de testes, sem autorização para uso no Brasil.
Cada dose custou ao governo federal 14,9 dólares. A CoronaVac, por exemplo, custou 10 dólares por dose, e a AstraZeneca, 5 dólares.
Outro ponto levantado pela Veja diz respeito à credibilidade da empresa brasileira que fez o meio de campo das doses. Segundo o portal, “a Precisa Comercialização de Medicamentos tem um histórico recente de problemas com fornecimento de materiais na área de saúde e está no centro de um escândalo de corrupção”. Esses são alguns pontos que levantam suspeitas sobre a negociação.
Ainda segundo a Veja, essa foi a mesma empresa que vendeu testes de Covid-19 superfaturados ao governo do Distrito Federal, proveniente de uma licitação fraudada.
Uma investigação descoberta pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal desvendou o crime.
Mesmo diante de escândalos, o Ministério da Saúde afirmou que a empresa Precisa não está impedida de fechar contratos com o setor público. A Precisa, por sua vez, informou que partiu do ministério o interesse em contratar o serviço de fornecimento das doses das vacinas. Vale lembrar que, até o momento, apenas 3% da população brasileira foi vacinada.
Atualmente, o Brasil tem o registro de 255.018 óbitos desde o começo da pandemia, sendo 755 nas últimas 24 horas.
A média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias chegou a 1.208, o segundo recorde consecutivo registrado nessa média, segundo relatou o G1, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de Saúde.