Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a renda dos trabalhados informais deve cair até 37%, devido ao fim do auxílio emergencial em dezembro do ano passado. Mesmo com a possibilidade da aprovação do novo auxílio emergencial, a renda dos informais continuaria bem abaixo.
O Governo prevê aprovar o pagamento de um novo auxílio emergencial no valor de R$ 200. Porém, segundo a Fundação Getúlio Vargas, mesmo que isso ocorra, os trabalhadores considerados invisíveis teriam uma alta na renda de apenas 11% (mulheres) e de 5% (homens).
Dessa maneira, a aprovação das novas parcelas nesse valor não mudaria o cenário da renda dos informais. Essa análise foi realizada por Lauro Gonzalez e Leonardo Oliveira e considerou as diversas possibilidades do auxílio, como valores, público-alvo, gênero e região.
Essa análise foi realizada com base na renda dos brasileiros antes da pandemia de Covid-19. Dessa maneira, o estudo analisou os recursos recebidos pelos trabalhadores informais que são considerados invisíveis informais e dos trabalhadores invisíveis.
Esse último termo é dado aos brasileiros que não recebem o Bolsa Família ou o Benefício de Prestação Continuada (BPC), mas que foram contemplados pelo auxílio emergencial durante 2020, devido a pandemia.
Já os trabalhadores invisíveis informais são os que exercem uma função sem carteira assinada, como autônomos ou familiares auxiliares. Diante disso, a fundação fez uma projeção, com base na possibilidade de um auxílio de R$ 200.
Com isso, os trabalhadores invisíveis teriam uma alta na renda de 5% (homens) a 11% (mulheres), como dito anteriormente. Porém, os trabalhadores invisíveis informais teriam uma variação na renda de -2% (homens) e +2% (mulheres).
Dessa maneira, a queda, mesmo com a aprovação do novo auxílio emergencial, ficaria em torno de 28% para as mulheres da categoria de trabalhadores invisíveis e de 23% para os homens da mesma categoria.
Já para os trabalhadores invisíveis informais, a queda seria de 37% para as mulheres e de 30% para os homens. Lauro Gonzalez e Leonardo Oliveira também projetaram os resultados de um possível auxílio no valor de R$ 250.
Nessa perspectiva, o cenário fica um pouco melhor, já que segundo os especialistas, todos os estados teriam ganhos. De acordo com a simulação, o aumento de renda seria de 18% e de 23% para homens e mulheres invisíveis, respectivamente, e de 17% e 25% para homens e mulheres invisíveis informais.