Após definir o salário mínimo em R$1.100 para este ano, o governo terá que realizar um novo ajuste para obedecer a legislação e repor as perdas causadas pela inflação em 2020. Sendo assim, o valor do mínimo deve ser de R$1.102.
No primeiro dia do ano, o salário mínimo subiu de R$1.045 para R$1.100, devido uma MP (Medida Provisória) editada pelo presidente Jair Bolsonaro.
O aumento teve como base a estimativa do governo para o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), o índice utilizado para reajustar o salário em 2020, de 5,26%.
Porém, o índice oficial que foi divulgado na tarde de ontem, 12, ficou acima deste patamar, fechando em 5,45%.
No começo de janeiro, quando a medida provisória passou a valer, o Ministério da Economia disse que poderia alterar novamente o valor do salário mínimo quando saísse o resultado da inflação, como forma de garantir o poder de compra.
Desde o ano passado, o salário mínimo passa por reajuste que considera somente a inflação para não perder o valor, como manda a Constituição.
Entre os anos de 2007 a 2019, a lei garantia que o piso nacional passasse por um aumento real, acima da inflação, sempre que houvesse crescimento econômico, dentro da política de valorização do salário mínimo das gestões do PT.
Este cálculo considerava a inflação do ano anterior, auferida pelo INPC e o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Sem a lei, o atual governo decidiu fazer a reposição apenas para compensar as perdas.
Valor também foi alterado em 2020
No ano passado esta situação se repetiu. Em 31 de dezembro de 2019, o governo comunicou que o salário mínimo seria de R$ 1.039.
Porém em janeiro, quando foi divulgado o INPC e ele ficou acima da projeção inicial, o valor passou por atualização e foi para R$ 1.045.
Paulo Guedes declarou que aumento “causa desemprego”
No mês de setembro, Paulo Guedes, ministro da Economia, disse que reajustar o salário mínimo em meio a crise econômica causada pela pandemia, causaria um aumento no desemprego.
“Hoje, se você der um aumento de salário mínimo, milhares e talvez milhões de pessoas serão demitidas. Estamos no meio de uma crise terrível de emprego. Dar aumento de salário é condenar as pessoas ao desemprego”, declarou Guedes.