De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, as contas do governo registraram um déficit primário de R$18,241 bilhões em novembro. O déficit primário é caracterizado quando os gastos superam as receitas. Nesta conta não entram os gastos do governo com pagamento de juros da dívida pública.
A pandemia decorrente do coronavírus foi a principal causa deste resultado. As medidas de isolamento social que tiveram que ser praticadas para conter o contágio impactaram fortemente a economia do país, o que refletiu na arrecadação de impostos e tributos.
O governo teve que aumentar também os gastos com medidas de enfrentamento à pandemia, como o auxílio emergencial que foi pago para os trabalhadores informais e com saúde.
De acordo com o Tesouro Nacional, no mês de novembro as despesas primarias ligadas ao enfrentamento à crise da Covid-19 somaram R$ 18,5 bilhões. Grande parte destes gastos foi com o auxílio emergencial (R$ 17,8 bilhões) e com o benefício de manutenção do emprego e renda (R$ 2,537 bilhões).
De janeiro a novembro, as despesas primárias em resposta à pandemia somaram R$ 487,4 bilhões.
Em comparação com o mês de novembro de 2019, o déficit do mesmo mês de 2020 é 5,5% maior. No ano passado, o déficit primário em novembro foi de R$16,574 bilhões.
O resultado obtido no mês passado teve influência positiva do recolhimento de uma parcela dos impostos adiados no começo da pandemia.
“A receita total de novembro de 2020 cresceu 5,4% em termos reais”, quando comparado com novembro de 2019.
Já no acumulado do ano até novembro, a receita total teve queda de 9,7% em relação ao mesmo período de 2019. Foram R$ 143,6 bilhões a menos.
Endividamento do Brasil
No relatório divulgado ontem, 28, o Tesouro Nacional disse que o espaço fiscal para novas medidas para contornar os impactos econômicos e sociais causados pela pandemia é limitado.
“Dessa forma, mantém-se a recomendação de que a necessária retomada do processo de consolidação fiscal passa pela garantia de que despesas temporárias não se tornem permanentes e pela discussão sobre o ritmo de crescimento das despesas obrigatórias”.