Após nove meses e nove parcelas pagas do auxílio emergencial, cinco delas no valor de R$600 e quatro no valor de R$300, os analistas consideram o benefício um sucesso. Isso, pois ele levou ajuda para 67,9 milhões de brasileiros em meio à pandemia do novo coronavírus e diminuiu o impacto econômico das medidas de isolamento social.
Já por outro lado, o programa é muito caro e acabou aumentando o rombo nas contas públicas, além de pressionar o aumento da inflação, principalmente entre os brasileiros mais pobres.
No mês de junho, o benefício fez com que o Brasil registrasse a menor taxa de pobreza e extrema pobreza em 44 anos, de acordo com o levantamento do Instituto Brasileito de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Esse pagamento evitou que cerca de 5,6 milhões de crianças caíssem para baixo da linha da pobreza extrema.
A socióloga especialista em políticas públicas e gestão governamental, Letícia Bartholo disse que:
“Nós conseguimos atenuar fortemente a pobreza, reduzir a desigualdade a patamares que nós não havíamos reduzido. Nós conseguimos, inclusive, ter níveis de pobreza menores do que os níveis pré-pandemia”, disse.
O professor da pós-graduação em Gestão Pública da UnB (Universidade de Brasília) e economista, Luiz Honorato da Silva Júnior, destacou que o auxílio foi importante para evitar uma queda que estava prevista para este ano ser maior ainda do que já foi.
“Os primeiros sintomas que a gente viu sobre queda da economia lá atrás indicavam 9%, 10% de queda do PIB, e agora a gente está vendo que essa tragédia vai ser muito menor. Muito provavelmente, creio, que em função disso (auxílio)”, afirma.
Inflação e rombo no orçamento
Mesmo com os inegáveis benefícios do auxílio para a população, o pagamento do benefício trouxe alguns efeitos indesejados.
Um desses efeitos é a inflação e afetou os mais pobres que são os que mais sofrem.
Segundo a pesquisa do Banco Central, o auxílio aumentou o preço da cesta de alimentos daqueles que ganham entre um e três salários mínimos.
O preço das carnes que está sendo mais consumida pelas famílias mais pobres, subiram 20,12% entre os meses de abril e outubro, segundo o estudo.