- Valor do salário mínimo não é suficiente para garantir a alimentação dos brasileiros;
- Projeções de 2021 são cinco vezes menor que a quantia necessária para a manutenção da cesta básica;
- Preço do óleo e do arroz permanecem avançando nos supermercados.
Pesquisas mostram que o atual valor do salário mínimo e projeções para 2021 são insuficientes para manter os brasileiros. Na última semana, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) liberou um novo balanço sobre a economia nacional. De acordo com os dados o piso nacional necessário para custear uma família de quatro pessoas durante o mês de outubro deveria ser de R$ 5.005,91.
Com a chegada do covid-19, o Brasil vem enfrentando uma das maiores crise econômica, política e sanitária de sua história.
Entre os efeitos desse cenário está a inflação, fazendo com que produtos essenciais, como a cesta básica, passe a ficar com um valor aproximado de R$ 595. Diante desse cenário, dados do Dieese mostrou que o valor atual do salário mínimo é insuficiente.
Para poder fazer a contabilidade o departamento leva em consideração o preço da cesta básica mais cara, dividindo seu valor através da distribuição alimentícia de uma família com até 4 pessoas.
Desse modo, segundo os levantamentos, o atual piso nacional de R$ 1.045 é 4,79 vezes menor que o necessário para custear a população. Teoricamente a quantia com a atual inflação deveria ser de R$ 5.005,91.
Projeções de 2021 também não são positivas
Além do cenário negativo que se alastrou por todo este ano, em 2021 a situação não será diferente. Segundo os anúncios feitos pelo governo federal, o piso nacional deverá ser atualizado em apenas R$ 22.
Isso significa que o pagamento deixará de ser de R$ 1.045 para ficar em R$ 1.067 o que não representa um aumento real na conta dos cidadãos.
A proposta orçamentária ainda não foi definida e poderá ser corrigida para uma estimativa ainda menor. Sua definição também segue sem previsão, tendo em vista que o ministério da economia ainda não enviou o Projeto de Lei Orçamentária Anual para votação no Congresso.
Caso a previsão se comprove, os brasileiros permaneceram reduzindo suas compras em supermercados e deverão continuar com o orçamento no vermelho. Isso porque, não só o valor da cesta básica, mas a economia nacional como um todo está passando por uma fase de instabilidade e desemprego.
A última vez em que o ministério da economia revisou a estimativa do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 2020 foi no mês de setembro. A reajuste foi de 2,09% para 2,35%. Caso esse número se mantenha o piso nacional deverá ser de no máximo R$ 1.069,55 em 2021.
Cestas básicas seguem em aumento
Ainda de acordo com os dados do Dieese, até esse momento a cesta básica registrou uma elevação de preço de 28,82%. A alta vem sendo registrada em todas as capitais nacionais, mostrando o reflexo da inflação no Brasil como um todo.
De acordo com os dados liberados pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (Ipca) avançou 0,86% em outubro. Os produtos mais caros foram o arroz e do óleo de soja.
Em Brasília, o óleo está sendo vendido 47,82% mais caro. Já em João Pessoa o reajuste foi de 21,45%, em Campo Grande foi de 20,75% e em Porto Alegre foi de 20,22%.
“O alto volume de exportação, a baixa oferta interna devido à entressafra e a elevação do preço do grão no mercado internacional explicam o contínuo aumento de valor do óleo nas prateleiras dos mercados”, comentou o Dieese.
Já quanto ao preço do arroz, os locais mais altos variaram entre 0,39%, em Aracaju, e 37,05%, em Brasília.
“O aumento do preço do grão se deveu à maior demanda por parte das indústrias dos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e São Paulo, ao aumento das cotações no mercado internacional e às exportações do grão. Mesmo que haja maior oferta, propiciada pelas importações, o câmbio desvalorizado deve manter elevado o valor do arroz comercializado”, explicou os representantes do órgão.
Para 2021 a previsão é que os preços dos produtos permaneçam elevados. Dessa forma há de se esperar que haja uma revisão por parte da administração pública quanto ao piso nacional.