A vacina do Covid-19 não pode ser obrigatória, mas quem não tomar enfrentará restrições, segundo Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados. A ideia é que o Congresso Nacional e o Governo Federal façam uma proposta legal com restrições para quem se recusar a tomar a vacina.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não aprovou uma vacina contra o Covid-19, mas Maia não pareceu ser favorável à obrigatoriedade da vacina.
No entanto, o presidente da Câmara dos Deputados propôs que o Congresso Nacional e o Governo Federal construam um a proposta legal que estabeleça restrições a quem não tomar a vacina.
“Acho que seria bom que os poderes Executivo e Legislativo chegassem a um caminho sobre este tema. Para que ele não fique sem solução e o Poder Judiciário tenha que resolver e, depois, fiquem todos reclamando que o Judiciário o resolveu”, declarou Maia em uma live realizada pelo jornal Valor.
O presidente da Câmara ainda disse que é preciso ser cauteloso nesse decisão para não tomar nenhuma medida extremista.
“Este debate sobre obrigatoriedade tem que ser feito com todo cuidado. Tem alguns caminhos com os quais não é preciso obrigar, mas [pode-se] restringir o acesso a alguns equipamentos públicos”, disse Maia, fazendo referência aos países que proíbem as crianças não vacinadas contra outras doenças de frequentem escolas.
Sobre as discussões sobre as vacinas que estão sendo analisadas, o deputado comentou sobre a polêmica em torno da CoronaVac, produzido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan e que está em fase de teste.
“Depois que a Anvisa aprovar uma vacina, esta deixará de ser de A ou de B. Será uma vacina autorizada pelo órgão brasileiro responsável e que tem a condição de garantir a imunização de todos. O importante é termos duas ou três vacinas aprovadas. E todas elas vão ter, de alguma forma, insumos chineses”, afirmou.
É que grande parte dos produtos e equipamentos usados no enfrentamento à pandemia foram justamente importados da China, o que não coibiu ninguém de usá-los.
Maia inclusive falou sobre essa relação entre os brasileiros e os produtos vindo da China, citando por exemplo, a entrega dos celulares. Além disso questionou “o que aconteceria com nossa economia se fôssemos proibidos de exportar para a China?”.