Atualmente, o Brasil se encontra no menor patamar histórico da Taxa Selic, de 2%. Esta medida do Banco Central permite maior estímulo na atividade nacional em meio à crise existente. O mercado acredita que o valor atual da taxa possa passar por manutenção. No entanto, a Persevera Asset Management entende que a Selic não deve ter alta. Inclusive, pode registrar queda no ano que vem.
Por conta da instabilidade fiscal em que o Brasil se encontra, a empresa de gestão de recursos Persevera não acredita em aumento da Taca Selic por parte do Banco Central. O diretor de investimentos da empresa, Guilherme Abbud, afirma a o Valor Investe que o maior problema a ser lutado é a estagnação.
“Depois que ficar mais claro que, passado o período atual de recuperação mais forte da atividade, o Brasil vai voltar a patinar, o BC vai ter que mudar o plano de voo. Não vemos um crescimento de mais de 2,5% em 2021 e esperamos uma inflação em torno de 2,5%”, relata.
Impacto da Pandemia
De fato, a pandemia global do covid-19 tem afetado o mundo todo. No Brasil, não foi diferente. Em meio à situação de reação na economia, as instituições buscam alternativas para melhorar a perspectiva nacional.
Quando houve a nona queda da Selic em agosto, o BC citou os resultados da pandemia como crucial para a decisão. “A pandemia da Covid-19 continua provocando a maior retração econômica global desde a Grande Depressão”, aponta em comunicado.
“Nesse contexto, apesar de alguns sinais promissores de retomada da atividade nas principais economias e de alguma moderação na volatilidade dos ativos financeiros, o ambiente para as economias emergentes segue desafiador”, alega.
Perspectiva sobre o Renda Cidadã
Uma das grandes preocupações entre os investidores está questão fiscal no país. O governo atual busca formas de financiamento para o novo programa, o Renda Cidadã. O presidente Bolsonaro demonstra interesse em seguir com mais detalhes do projeto somente após as eleições municipais.
Diante disso, os economistas temem que o teto de gastos sofra rompimento. Por conta do cenário de incerteza da pandemia e da economia nacional, os juros podem pesar na vida da população.
No entanto, Abbud enxerga certa semelhança com momentos anteriores, como no governo de Dilma. Ele entende que o Brasil está seguro de pressões inflacionárias mais intensas por conta do cenário mundial de deflação.
“O Brasil aguenta um pouco mais de desconfiança e de volatilidade porque, do lado do serviço da dívida, muito por conta do trabalho que foi feito nos últimos dias, conseguimos ter taxas de juros menores”, argumenta.