Novo projeto social brasileiro permanece sob ameaça de suspensão. Nas últimas semanas, o governo federal vem trabalhando na tentativa de fechar os meios de financiamento do Renda Cidadã. A proposta, se aprovada, deverá substituir o atual Bolsa Família, mas sua pauta só deverá ser finalizada após o período de eleições. Analistas cogitam a possibilidade de cancelamento total das políticas sociais.
O Renda Cidadã foi anunciado ao longo dos últimos 30 dias, após o presidente Jair Bolsonaro confirmar que estaria cancelando o Renda Brasil. O motivo de entrave do projeto anterior é o mesmo que está barrando o atual, formas de financiamento.
O governo vem encontrando dificuldades para fechar as folhas de pagamento sem ultrapassar o teto de gastos.
Entre as justificativas utilizadas para tal cenário, muitos alegam que foram gastos além do esperado com o auxílio emergencial. Outra informação repassada é que a pandemia atrasou as contas públicas, mediante a necessidade de liberação financeira em grande escala.
Enquanto se aprova novas linhas de créditos para grandes empresas e instituições bancárias, há uma resistência no que diz respeito as pautas sociais.
Segundo o último pronunciamento do próprio Bolsonaro, a criação de um novo projeto para os pobres estaria suspensa e proibida de ser mencionada em seu governo. Ele alegou que, até 2022 só se deve falar em Bolsa Família.
Porém, semanas após tal publicação em suas redes sociais, o gestor deu andamento ao texto do Renda Cidadã. De acordo com fontes administrativas, ele vem revisando a pauta e conta com a ajuda de outros representantes políticos para estudar sua forma de custeio.
É válido ressaltar que, nesse processo, o ministro da economia, Paulo Guedes, parece ter sido excluído do trabalho, tendo em vista suas desavenças com o chefe de estado.
Bolsonaro suspendeu o Renda Brasil mediante as propostas de custeio de sua folha que determinavam, entre outras coisas, o fim do abono salarial e congelamento dos salários do INSS.
Atualmente, esse é o mesmo entrave encontrado pela administração pública. Até o momento, já se falou sobre a postergação de precatórios, manter o fim do abono salarial, suspender os salários de servidores acima do teto orçamentário, entre outras possibilidades, mas nenhuma foi conformada.
Segundo as fontes públicas, a proposta deverá ser engavetada e só será publicamente analisada após o período eleitoral, visando cortar laços políticos com sua oposição.