Auxílio emergencial pode ser cancelado, mediante interesse de instituição financeira. Nessa semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu o fim do coronavoucher como única solução possível para recuperar as contas do país. De acordo com ele, a permanência do projeto é inviável tendo em vista que não há recursos o suficiente para custeá-lo.
Com a crise econômica que se espalhou por todo o país, muito se fala sobre como serão segurados os milhares de brasileiros atualmente beneficiados com o auxílio emergencial.
O programa deverá ser encerrado no mês de dezembro, mas precisará ser substituído por outro recurso social evitando um agravamento da desigualdade social.
Diante desse cenário, se fala também na possibilidade de manter o auxílio com uma redução no número de contemplados e alterações em suas normas. Porém, para o Banco Central, a decisão é impossível de ser tomada, pois não poderá ser bancada pela União.
De acordo com ele, a economia deverá ser retomada através do consumo, que será motivado pela queda da taxa de desemprego e pelo fato dos trabalhadores gastarem parte da poupança acumulada ao longo de 2020.
“Obviamente temos uma preocupação fiscal e o Brasil não tem capacidade de seguir pagando R$ 600 por mês. O cenário ideal para o BC é onde o auxílio deixa de existir ou diminui [de valor]. A gente entende que vai ter algum tipo de programa, que não nos cabe comentar. Com isso, o efeito auxilio [na economia] tende a diminuir e a poupança será usada no consumo“, declarou.
Inflação controlada
O gestor informou ainda que não se pode ceder as pressões inflacionárias de curto prazo. Trata-se apenas de um choque passageiro que resultou no aumento dos preços de alimentos, mas que deverá ser estabilizado em breve.
Todavia, o diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk, reforça afirmando que a economia está melhor que o esperado pela instituição.
“O BC vem se surpreendendo, não só os analistas, com a volta mais rápida do que o esperado”, explicou ao relembrar a mudança na estimativa para a queda do PIB (Produto Interno Bruto) de 2020, de 6,4% para 5%.