MPT nega denúncias contra programa de trainee do Magazine Luiza

Ministério Público do Trabalho em São Paulo recebeu 11 queixas sobre o novo programa de trainee do Magazine Luiza, seletiva voltada exclusivamente para pessoas negras. Segundo o MPT, a ação se trata de uma reparação histórica, por esse motivo as queixas foram indeferidas.

MPT nega denúncias contra programa de trainee do Magazine Luiza
MPT nega denúncias contra programa de trainee do Magazine Luiza (Imagem: Reprodução/Google)

A varejista foi acusada de racismo por causa criação do programa de trainee exclusivamente para pessoas negras.

O Ministério Público do Trabalho de São Paulo rejeitou todas as denúncias feitas contra a Magazine Luiza. Segundo a MPT, a ação não é uma violação trabalhista, mas uma ação afirmativa de reparação histórica.

“Programa de trainees é elemento de reparação histórica da exclusão da população negra do mercado de trabalho digno”, declarou o Ministério Público do Trabalho De São Paulo. Dessa maneira, a política da empresa é legítima, pois é uma ação afirmativa ao assegurar as vagas à população negra.

Foram onze denúncias, que acusavam a varejista de promoção de prática de racismo. Segundo os denunciantes, a empresa impede que os participantes que não possuam o determinado tom de pele não participe da seleção.

Porem, segundo o Ministério Público do Trabalho, essa ação é uma forma de ajudar na falta de oportunidades de trabalho, na desigualdade na remuneração e nas dificuldades para o crescimento profissional em comparação com os mesmos índices profissionais da população branca.

Essas ações, como a promovida pela Magazine Luiza, está amparo com a Constituição Federal, no Estatuto da Igualdade Racial e na Convenção internacional que prevê a eliminação de todas as possibilidades e maneiras de discriminação racial.

De acordo com os dados disponibilizados pela Talenses/Insper que realizou uma entrevista com 532 empresas, apenas 5% delas possuem pessoas negras na presidência.

De acordo com o GLOBO, nos conselhos de administração, dos 615 homens participantes, apenas 14 são negros (2%). A diferença é ainda maior entre as mulheres, sendo que das 348, apenas três são negras.

O Instituto Ethos também realizou uma pesquisa em 2017 com as 500 companhias de maior faturamento no país e, segundo os dados coletados, apenas 6,3% dos postos de gerência eram ocupados por negros, e apenas 4,7% no quadro de executivos.

Glaucia AlvesGlaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.