MPT abre investigação para apurar porquê pequenas empresas não conseguem crédito

Entraves na liberação de empréstimos para pequenas empresas vira motivo de investigação pública. Na última semana, o Ministério Público do Trabalho (MPT) deu início a um inquérito civil com o objetivo de investigar os motivos pelos quais grandes instituições bancárias não estão aprovando a concessão de linhas de crédito para micro e pequenos negócios. Um dos principais motivos da ação é porque o governo federal liberou um valor de R$ 40 bilhões para garantir o funcionamento desse grupo.  

MPT abre investigação para apurar porquê pequenas empresas não conseguem crédito (Imagem: Reprodução - Google)
MPT abre investigação para apurar porquê pequenas empresas não conseguem crédito (Imagem: Reprodução – Google)

De acordo com o MPT, a realização do inquérito foi motivada após a realização de uma série de denúncias contra as instituições bancárias. Uma reportagem especial do portal ‘The Intercept’ afirmou que os bancos só estariam liberando os créditos para os empresários que tivessem rendas elevadas.  

No entanto, a MP de incentivo aos setores nacionais deixou claro que os serviços de empréstimos só deveriam ser direcionados para os pequenos e médios negócios. Isso significa um descumprimento da lei e apropriação do orçamento público para interesses privados.  

Até o momento, os bancos que serão investigados são o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander.  

Ainda de acordo com o MPT, o Programa Emergencial de Suporte a Empregos, anunciado no fim de março de 2020, não está funcionando. As investigações supõem que nem mesmo a metade do orçamento total foi repassado para os grupos que teoricamente deveriam ser contemplados.  

Até o momento, mediante os números já analisados, apenas grandes empresas, de nível multinacional, tiveram as solicitações de créditos aprovadas.  

Resposta dos bancos sobre o entrave para pequenas empresas

Mediante o cenário, as instituições bancárias começaram a ser questionadas sobre os critérios utilizados para aprovar os empréstimos.

O Itaú informou que “Desde a edição da Medida Provisória, vem disponibilizando aos seus clientes elegíveis o financiamento de forma ágil e desburocratizada. O banco atendeu a cerca de 90% das solicitações recebidas e com isso liberou mais de R$ 1,2 bilhão, beneficiando quase um milhão de pessoas”. 

Já outras marcas como a Caixa, o Bradesco e o Santander ainda não se manifestaram a respeito. Com o inquérito em andamento, acredita-se que as marcas deverão aplicar uma revisão na operação de seus serviços.  

Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.