Mercado de trabalho ainda não se recuperou da crise, diz Banco Central

Nesta quinta-feira (24), o Banco Central destacou que a taxa de desocupação aumentou para 13% em julho de 2020, por conta das diminuições de 2,4% da população ocupada e de 1,6% da força de trabalho. O banco afirmou que ao contrário “de indicadores de produção e consumo, o mercado de trabalho ainda não exibe sinais consistentes de recuperação, apesar de alguma recuperação no emprego formal”.

Mercado de trabalho ainda não se recuperou da crise, diz Banco Central
Mercado de trabalho ainda não se recuperou da crise, diz Banco Central (Foto: Google)

De acordo com a instituição, apesar da recuperação mais rápida da atividade econômica até agora, a ausência de trajetória clara de retomada do mercado de trabalho pode impor restrições à velocidade futura de recuperação da economia, especialmente após redução das transferências extraordinárias”. As declarações foram dadas através do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

“Os primeiros dados do mercado de trabalho no terceiro trimestre sinalizam retomada gradual do emprego formal”, apontou, ressaltando, por exemplo, as informações com ajuste sazonal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). 

No mês de julho, houve criação de 99,9 mil postos de emprego formais.

“A massa de rendimento real do trabalho habitualmente recebido recuou no segundo trimestre, na série com ajuste sazonal da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), refletindo a queda da população ocupada”, aponta.

“O rendimento médio do trabalho cresceu no conceito habitualmente recebido – influenciado, em parte, pela maior saída de pessoas com menor rendimento da população ocupada – e recuou no critério efetivamente recebido, que captura com mais intensidade o impacto da pandemia.”

A instituição monetária ressaltou ainda que a taxa de desocupação subiu para 13,1% no mês de  julho, obtendo quedas de 2,4% da população ocupada e de 1,6% da força de trabalho. O rendimento real habitualmente recebido subiu 1,6%, enquanto o rendimento efetivo cresceu 6,5%.

“Embora a melhora do rendimento possa estar atrelada ao início do menor distanciamento social, também é possível que reflita o efeito composição da população ocupada”, conta. “Com esses resultados, a massa de rendimento real habitual diminuiu, enquanto houve aumento no conceito efetivamente recebido.”

Por fim, a análise do Banco Central sugere que o auxílio emergencial ajudou a sustentar o consumo durante a pandemia.

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