O Tribunal Superior do Trabalho determinou nesta segunda-feira (21) o fim da greve dos Correios. Sendo assim, os funcionários devem retornar ao trabalho a partir de hoje, sob pena de R$ 100 mil em multa diária.
Segundo o tribunal, a greve não foi abusiva. Foi decidido que a metade do tempo paralisado pelos funcionários será compensada, e o restante haverá desconto no salário. A greve teve início no dia 17 de agosto.
Em relação ao acordo anterior, 20 cláusulas foram mantidas. A cláusula que o possibilita reajuste dos salários em 2,6% foi mantida. A licença-maternidade mudará de 180 dias para 120 dias. Com relação à remuneração das férias, a a mudança propõe adicional de 1/3 do salário.
O motivo da paralização, de acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), era por causa da possibilidade de privatização da estatal e pela busca da manutenção nas leis trabalhistas da área.
O argumento dos Correios para a mudança de cláusulas foi por questões financeiras, pois não estaria condizendo com a realidade atual de mercado. A negociação seria com o intuito de fortalecer as finanças da empresa. Os representantes da estatal afirmaram que a mudança das cláusulas traria o prejuízo de R$ 294 milhões.
Sindicato discorda da decisão
A Fentect informou que não apoia a decisão dos ministros e acusa o tribunal de tomar uma decisão política. O pedido do sindicato é que haja uma assembleia hoje (22) para a continuidade da paralização.
Como forma de se posicionar contra a decisão, o sindicato sugere a continuidade da greve aos funcionários. “Conclamamos a todos os trabalhadores e trabalhadoras do país a se manterem firmes na greve diante dos ataques do governo, que usou o Tribunal Superior do Trabalho para atacar os nossos direitos”, afirma.
“Não podemos permitir esse ataque, que representa a retirada de até 40% da remuneração dos trabalhadores em meio à pandemia que assola todo o mundo. Uma atitude covarde que os trabalhadores e trabalhadoras não vão aceitar, pois a luta é pelo sustento das milhares de famílias que dependem dessa remuneração”, prossegue.