Volta às aulas presenciais NÃO tem data para 13,3 milhões de alunos da rede municipal

PONTOS CHAVES

  • Unicef fez uma pesquisa sobre a previsão da volta das aulas presenciais;
  • No geral, ainda não foi definida a data para o retorno das crianças;
  • Alguns estados já declararam que as aulas só voltarão com a vacina.

Nesta quarta-feira (9), foi divulgada uma pesquisa feita pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação com Itaú Social e Fundo das Nações Unidas (Unicef), na qual apontou que boa parte das escolas da rede municipal de ensino não têm data para volta às aulas presenciais.

Volta às aulas presenciais NÃO tem data para 13,3 milhões alunos da rede municipal
Volta às aulas presenciais NÃO tem data para 13,3 milhões alunos da rede municipal (Foto: Google)

São cerca de 3.769 redes que ainda não possuem previsão para a reabertura das escolas. Essas são responsáveis por 13,3 milhões de matrículas da educação infantil, ou seja, da creche até o 9° ano do ensino fundamental.

De acordo com os especialistas, essas crianças estão com dificuldades nas aulas remotas, por não ter o domínio das tecnologias, além de dificuldade de concentração e estímulo.

Os dados da pesquisa foram coletados entre 7 e 18 de agosto. São cerca de 5.570 redes municipais de ensino, 4.272 (77%) responderam à pesquisa. 

Essas representam 16,2 milhões de alunos, ou 79% do total de matrículas das redes municipais do Brasil.

Volta às aulas presenciais

A pesquisa apontou que 1.695 redes (39,6%) afirmaram que já estão desenvolvendo protocolos de retorno ou já estão com os estudos concluídos.

2.577 (60,3%) ainda não começaram a fazer seus protocolos. Dentre elas, 1.310 redes afirmaram que vão adotar os padrões de seus estados.

Modalidades de aulas

Volta às aulas presenciais NÃO tem data para 13,3 milhões alunos da rede municipal
Volta às aulas presenciais NÃO tem data para 13,3 milhões alunos da rede municipal (Foto:Google)

As redes municipais de ensino afirmaram que foram adotadas atividades remotas, isto é, entregues e orientadas via internet. 

São 4.414 (96%) que dizem oferecer alguma forma de aprendizagem, enquanto 158 redes (4%) confirmaram estar sem aulas ou atividades.

São Paulo

Escolas Públicas

No dia 17 de agosto, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) informou que a decisão de retomada das aulas na cidade só serão decididas após a conclusão de um inquérito sorológico, no qual será determinado o tamanho da pandemia do novo coronavírus na rede de ensino.

Enquanto isso, a prefeitura deve trabalhar com uma previsão de volta para o dia 7 de outubro, de acordo com o protocolo do governo do estado. Bruno ainda destacou que essa decisão vale para as redes municipal, estadual e privada de ensino.

A segunda fase da pesquisa para saber quantas das crianças já tiveram covid-19, foi apresentada nesta quinta e aponto que 18,9% das crianças de 4 a 14 anos foram infectadas pelo coronavírus.

Ao todo, nas duas etapas do estudo foram testadas cerca de  6.000 crianças por meio de sorteio. A próxima fase vai testar alunos da rede estadual e da rede privada de ensino na cidade de São Paulo.

O estudo apontou ainda que  70% das crianças que tiveram a doenças não apresentaram sintoma algum. 

Na coletiva o prefeito disse que “A segunda fase mostra o acerto na decisão da prefeitura de não autorizar a volta das aulas em setembro. Nos próximos dias vamos ter a terceira fase com a rede estadual e da rede privada na cidade de São Paulo. A partir desta terceira fase a prefeitura vai decidir se teremos ou não o retorno às aulas neste ano”.

Ao ser questionado se pretende retomar as atividades ainda este ano, o prefeito disse que a palavra final é da Secretaria da Saúde e que “a cidade estará preparada para qualquer decisão”.

Segundo o secretário municipal da Educação, Bruno Caetano, nenhuma criança será reprovada em 2020.

Na data do retorno será feita uma avaliação para identificar quais conteúdos foram aprendidos durante o período de aulas online. Ele acrescentou ainda que os conteúdos perdidos serão trabalhados ao longo de 2021.

Escolas Privadas

O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp) entrou com um recurso na Justiça para que a volta das aulas nas escolas privadas da capital aconteça no mês de setembro. 

No final de agosto, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) negou o pedido da liminar do sindicato para que as atividades fossem retomadas.

O Plano São Paulo determina que municípios localizados em regiões que estão há 28 dias ou mais na fase amarela possam reabrir as suas escolas de forma opcional, em setembro, mas essa decisão depende também da autorização das prefeituras.

Para o estado, foi determinada que a retomada será no dia 7 de outubro, porém, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), já informou que não deve retomar as aulas na capital em setembro.

De acordo com o sindicato, o prefeito “quer impedir o retorno das escolas particulares na cidade, mesmo que em caráter parcial e opcional, conforme o Plano de Retorno às Aulas do Governo do Estado”.

A volta às aulas presenciais é motivo de debate por conta das dúvidas sobre o papel das crianças na transmissão do novo coronavírus. 

A prefeitura justifica que a reabertura pode causar disseminação do coronavírus. Já as escolas particulares dizem estar preparadas para o retorno seguro, com protocolos sanitários.

Por meio de nota, o Sieeesp argumenta que as crianças estão sofrendo “física e emocionalmente” pelo tempo prolongado sem ir à escola e que a decisão de não reabrir em setembro não está embasada em estudos científicos.

“A ação do Sieeesp baseia-se em estudos científicos e observações médicas comprovadas, como as apresentadas no Plano São Paulo.”.

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