O Copom (Comitê de Politica Monetária) decidiu ontem (5), cortar a taxa básica de juros da economia brasileira de 2,25 para 2%. Com isso, é a nona vez seguida que a Selic sofre reajuste. A decisão foi unânime.
Este novo corte, reiterou o menor patamar da história para a taxa Selic desde quando começou a vigorar o regime de metas para a inflação, no ano de 1999.
A queda na Selic foi de encontro com o que era esperado pelos analistas do mercado financeiro que consideram esta decisão um encerramento do ciclo de cortes que começou em agosto do ano passado.
Através de nota, o Copom disse que compreende que a situação econômica continua precisando de um estimulo monetário “Extraordinariamente elevado”, mas reconhece que “devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”.
A Copom diz também que ajustes futuros que possam vir a acontecer vão depender da percepção a respeito da trajetória fiscal.
“O Copom avalia que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”, diz o comunicado.
Efeitos do corte da Selic
Operações de crédito: ao diminuir o juro básico, o Banco Central incentiva a redução dos juros bancários e alta no crédito.
Nos seis primeiros meses do ano, os bancos repassaram o corte do juro básico para suas linhas de crédito e o número de empréstimos aumentaram (também impulsionados pelas linhas emergenciais do governo ligadas a pandemia do coronavírus).
Investimentos: uma nova possível redução da Selic também atingirá aplicações financeiras como a caderneta de poupança, e os investimentos em renda fixa.
Com a queda do juro básico para 2% ao ano nesta semana, a correção da poupança seria de 70% desse valor – o equivalente a 1,4% ao ano, mais a Taxa Referencial.
Gastos com juros: gastos relacionados a pandemia do coronavírus, causaram grande alta da dívida pública e reflexos do tombo da atividade na arrecadação federal, o processo de corte da taxa Selic reduziu os gastos do governo com os juros da dívida pública, impedindo uma alta maior no endividamento.