O Ministério da Agricultura informou na última sexta-feira (5) que vai antecipar a liberação de R$5,7 bilhões em recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), para apoiar o setor em meio a crise causada pela pandemia do coronavírus.
Esta liberação aconteceria normalmente na segunda quinzena de julho, porém agora ela é aguardada nesta semana, de acordo com o comunicado da pasta.
“O ministério buscou a liberação antecipada dos recursos em virtude da premente necessidade dos produtores para atender o custo de mão de obra e preparo do café no momento da colheita, sobretudo nesse ano que aumentou as exigências de proteção aos trabalhadores por conta da Covid-19”, disse Sílvio Farnese, o diretor de Comercialização e Abastecimento da pasta em nota.
Sílvio disse também que a medida vai autorizar o acesso à linha de crédito de comercialização, o que ajuda a diminuir a necessidade de produtores venderem sua produção no momento da colheita, já que os preços retraem na ocasião.
Silas Brasileiro o presidente do CNC (Conselho Nacional do Café), está de acordo que com os recursos do Funcafé em mãos, os produtores não precisaram vender sua produção recém-colhido como forma de arcar com a folha de pagamento semanal dos trabalhadores. Com os recursos será possível também estocar uma média de 10 a 13 milhões de sacas de café.
Brasileiro destacou que os recursos iniciais do Funcafé terão juros máximos de até 7%, sendo encaminhados 4% para realimentação do fundo e uma taxa flexível de zero a 3% de spread bancário.
No entanto, o contrato inclui uma cláusula que prevê um ajuste neste percentual que depende do anúncio do Plano Safra pelo governo.
“Nós temos essa cláusula que permite, se os juros do Plano Safra vierem abaixo de 7%, que a taxa do Funcafé acompanhe. Portanto, mesmo quem tomar os recursos agora em junho poderá passar a ter juros menores a partir de 1º de julho, sem necessidade de firmar aditivo ao contrato”, disse Brasileiro.
O governo federal estima que o Plano Safra seja anunciado ainda em junho. O Ministério informou que foram habilitados 31 bancos comerciais e cooperativos para aplicação dos R$ 5,7 bilhões do Funcafé. Os recursos englobam R$ 1,6 bilhão para custeio, R$3,45 bilhões para comercialização e R$ 650 milhões para capital de giro das indústrias.