Verbas da segurança e educação ficam comprometidas com prorrogação do auxílio de R$300

Pontos-chave
  • O Ministro da Economia, Paulo Guedes, diz que para realizar a prorrogação do auxílio de R$300 será necessário congelar verbas para educação e segurança;
  • O ministro afirmou que os gastos fixos e indexados no Orçamento impedem esse tipo de ação social;
  • O presidente pediu que os parlamentares tenham responsabilidade fiscal, pois o Brasil não pode mais criar novos gastos.

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, diz que para realizar a prorrogação do auxílio de R$300 será necessário congelar verbas para educação e segurança. Diante da pressão dos parlamentares, o ministro cobrou responsabilidade fiscal da classe política.

Verbas da segurança e educação ficam comprometidas com prorrogação do auxílio de R$300
Verbas da segurança e educação ficam comprometidas com prorrogação do auxílio de R$300 (Imagem: Leonardo de França)

O ministro afirmou que a prorrogação do auxílio de R$300 afetará o aumento destinado para educação, segurança e reajuste de salários de funcionários públicos. Dessa maneira, o retorno do auxílio emergencial só será possível com o fim de outros benefícios.

O anúncio foi feito por Guedes, na última terça-feira (26), ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ministro afirmou que os gastos fixos e indexados no Orçamento impedem esse tipo de ação social.

No evento, Guedes também aproveitou para criticar as pessoas que pedem o impeachment de Bolsonaro por causa de sua atuação diante da pandemia de Covid-19. Segundo o ministro, essa ação é uma “sabotagem” à democracia brasileira.

Prorrogação do auxílio emergencial

Os parlamentares estão pressionando o governo para realizar a prorrogação do auxílio. Como justificativa, eles afirmam que o governo deixou os cidadãos mais vulneráveis sem nenhuma ajuda financeira para enfrentar a 2ª onda da Covid-19.

O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que é candidato do presidente Jair Bolsonaro à presidência do Senado, defendeu a prorrogação do auxílio como forma de atender a necessidade da população brasileira, diante do cenário de pandemia, desemprego e aumento da pobreza.

O deputado Arthur Lira (PP-AL), que também é candidato à presidência da Câmara apoiado pelo governo, também defendeu a prorrogação do benefício. Segundo ele, “o auxílio emergencial precisa acontecer de uma forma que o mercado possa suportar”.

A Senadora Simone Tebet (MDB-MS), candidata a presidência do senado pelo MDB, afirmou que irá defender o teto de gastos. Os Secretários Estaduais de Fazenda de 18 estados assinaram uma carta, que foi enviada ao Congresso, e que pede a adoção de medidas contra a nova onda da doença.

Verbas da segurança e educação ficam comprometidas com prorrogação do auxílio de R$300
Verbas da segurança e educação ficam comprometidas com prorrogação do auxílio de R$300 (Imagem: Reprodução/Google)

A Defensoria Pública da União (DPU) também está pressionando o governo, pedindo a prorrogação do auxílio emergencial de R$ 300 para os moradores do Amazonas. O pedido foi feito à Justiça Federal, devido ao caos da saúde pública no estado.

A DPU pede que o governo pague duas parcelas do auxílio para os amazonenses ou até que a fila de espera por leito e UTI de Covid-19 acabe. Diante de todos os pedidos o presidente da república afirma que a volta do pagamento não acontecerá, devido ao alto endividamento do país.

Para um apoiador, Bolsonaro declarou, na última segunda-feira (25), “A palavra é emergencial. O que é emergencial? Não é duradouro, não é vitalício, não é aposentadoria.” Essa declaração deixa claro que não há nenhuma proposta prevista pelo governo para a prorrogação.

O presidente pediu que os parlamentares tenham responsabilidade fiscal, pois o Brasil não pode mais criar novos gastos, já que essa dívida será paga pelas futuras gerações. Bolsonaro também defendeu o cuidado com o teto de gastos.

Com o intuito de tranquilizar os ânimos, Paulo Guedes declarou que, caso a situação da Covid-19 no país piore, o governo possui planos e sabe o que fazer. “Quer criar o auxílio emergencial de novo, tem que ter muito cuidado… Porque se fizer isso não pode ter aumento automático de verbas”.

Auxílio emergencial

O auxílio começou a ser pago no mês de abril, devido à pandemia de Covid-19 e a adoção das restrições sociais. A princípio era para serem pagas três parcelas de R$ 600, porém, com o avanço da doença foi feita uma prorrogação de mais duas parcelas.

No início de setembro, após muitas discussões com o ministro da economia, Bolsonaro anunciou mais uma prorrogação de quatro parcelas com o valor reduzido para R$ 300. As parcelas extensão, como ficaram conhecidas, só foram pagas até dezembro.

Dessa maneira, apenas quem começou a receber o benefício entre os meses e abril e agosto tiveram acesso a uma das parcelas extensão. Todos os pagamentos foram liberados, após a aprovação do Estado de Calamidade Pública e o Orçamento de Guerra.

Glaucia AlvesGlaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.