Comércio de São Paulo dribla a pandemia e deverá encerrar o ano com números positivos. Mesmo o Brasil vivenciando uma das maiores crises sanitárias e econômicas de sua história, dados da Fecomercio SP mostram que o setor de varejo na região deverá fechar com índices de acréscimos em comparação com 2019. O principal motivo para tal cenário deve ser a liberação do auxílio emergencial.
O ano foi negativo para parte significativa dos setores econômicos, no entanto, em São Paulo há um desfecho positivo prestes a ser registrado. Segundo levantamentos feitos pela Fecomercio SP, o mercado varejista cresceu em 2%, se comparado com 2019, devido a liberação do auxílio emergencial.
O estudo mostrou que as vendas para os supermercados e lojas de materiais de construção apresentarem acréscimos significativos, fazendo com que aproximadamente R$ 12 bilhões fosse movido no estado.
Análise de especialistas sobre as vendas no varejo
Altamiro Carvalho, assessor econômico da Fecomercio, explicou que com a liberação do auxílio emergencial o varejo recebeu um investimento total de cerca de R$ 32 bilhões, impedindo assim que houvesse um prejuízo inicialmente estimado em 3%.
Dessa forma, apesar de não ter sido um ganho significativo, os levantamentos mostram que a economia estadual não foi tão gravemente afetada.
No entanto, é preciso ponderar que dentro do mercado varejista foi também registrada a maior desigualdade de vendas das últimas décadas.
Enquanto os supermercados e construção faturavam mais 15%, o setor de vestuários caiu em 25%. A diferença de 15 pontos entre ambos foi a maior da história.
Ainda de acordo com as projeções da Fecomercio SP, o ano deverá ser encerrado com 64,2 mil empresas de portas fechadas e o comércio com 60 mil funcionários a menos.
“Essa é uma situação ainda mais dramática, ao se pensar que o setor de vestuário, que teve desempenho muito prejudicado, é composto, em sua maioria, por empresas de pequeno porte, que não devem voltar após o fim da pandemia. O varejo no estado de São Paulo, sem dúvida vai sair da pandemia menor do que entrou e ainda mais concentrado”, diz Carvalho.
Para 2021 a projeção é que em janeiro, com o fim do auxílio emergencial, uma nova queda volte a ocorrer em todos os setores.